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Biomm está perto da estreia no mercado

A farmacêutica Biomm, constituída em 2001 a partir da cisão da antiga Biobrás, começa a colher os primeiros resultados do plano estratégico cuja execução foi iniciada em 2014. Com o sinal verde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) à fábrica de Nova Lima, que até agora recebeu investimentos de R$ 185 milhões, e a aprovação da primeira insulina inalável do país nos últimos dias, a companhia está em vias de chegar, de fato, ao mercado. 

“Considerando-se os prazos da indústria global, da própria regulação do setor e dos lançamentos, não é um período longo”, diz o presidente da Biomm, Heraldo Marchezini. Na semana passada, a Anvisa concedeu a licença de operação para a unidade fabril mineira, primordial à obtenção do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF).
Dias antes, o órgão regulador já havia registrado a Afrezza, que complementa o portfólio de medicamentos para diabetes da farmacêutica.

Além disso, no mês passado, a Anvisa aprovou o pedido de registro do Herzuma (trastuzumabe), um biossimilar indicado para o tratamento do câncer de mama. A Biomm tem a exclusividade na distribuição do tratamento, produzido pela Celltrion Healthcare, no mercado brasileiro.  “Tivemos de buscar parcerias e alternativas e, nesses produtos, as parcerias acabaram se mostrando mais interessantes ao longo do tempo”, afirma o executivo. Com isso, a Biomm também diversificou suas áreas de negócio, entrando na oncologia.

A partir desses marcos, é razoável projetar receita crescente para a farmacêutica a partir de 2019. No primeiro trimestre, foram R$ 1,86 milhão, frente a R$ 26 mil um ano antes, referentes sobretudo à prestação de serviço de coordenação de estudos clínicos de fase 1 para a polonesa Bioton no país, referente à insulina humana recombinante (NPH, na sigla em inglês). Além disso, a Biomm já tem uma pequena operação comercial relativa ao Confort Care, um hidratante para pés diabéticos produzido pela Affinitá.

Com a concessão do registro para a Afrezza, a Biomm, que tem entre seus acionistas TMG Capital, Vinci, BNDESPar e o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia Neto, aguarda agora a definição do preço de venda pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) para finalmente oferecer o produto aos pacientes brasileiros – nos Estados Unidos, está disponível desde 2015, quando recebeu o aval da Food and Drug Administration (FDA). A expectativa é a de que o produto esteja disponível no mercado brasileiro no quarto trimestre.

Indicada para uso antes das refeições, a insulina inalável é produzida pela americana MannKind Corporation e é administrada por meio de uma cápsula que, ao ser pressionada, possibilita a inalação do pó pela boca. Os níveis máximos de insulina são alcançados entre 12 a 15 minutos após a administração e declinam em aproximadamente 180 minutos. “Com isso, é possível substituir a maior parte das picadas às quais os pacientes têm de se submeter”, explica Marchezini.

Com a Afrezza, a farmacêutica passa a contar com as insulinas prolongada e de ação rápida em seu portfólio. O plano é mais adiante produzir a primeira delas, a glargina, na fábrica de Nova Lima. Enquanto isso, o medicamento será fornecido pela chinesa Gan&Lee Pharmaceutical Limited.

A Biomm chegou a aprovar uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDF) dessa insulina para o Sistema Único de Saúde (SUS), em março do ano passado, que, assim como outras parcerias dessa natureza, acabaram revogadas no fim do ano pela Ministério da Saúde.

Segundo o executivo, o menor ritmo de crescimento do mercado farmacêutico nacional, diante da economia estagnada, não afeta os planos da companhia. “Nossa visão é de longo prazo. É inexorável que haverá mais necessidade de tratamento de diabetes. Com o envelhecimento da população, a prevalência da doença aumenta”, diz.

Fonte: Valor

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