Vendas acumuladas do setor no varejo atingiram a marca de 294.1 mil unidades entre janeiro a setembro. Faturamento ultrapassou os 120 milhões.
Leia Mais »Cannabis
Nanomedicina ‘made in brazil’ potencializa efeitos da cannabis
Tecnologia desenvolvida por médica de Minas Gerais, que liderou equipe no Canadá, aumenta em até 10 vezes a absorção de fitocanabinóides; fármaco já pode ser importando para o Brasil
Leia Mais »Extrato de Cannabis sativa Herbarium 43mg/mL chega às principais farmácias do país
Lançado pela farmacêutica brasileira, produto é o único do mercado que oferece a precisão de dispensar 1 mg de Canabidiol a cada gota, sendo o maior facilitador para prescrição médica e ajustes de doses dos pacientes
Leia Mais »Cannabis: propaganda de produtos importados não é permitida
A Anvisa alerta que é proibida a promoção comercial de produtos derivados de Cannabis cuja importação é autorizada de forma excepcional para pessoas físicas.
Leia Mais »Feira veterinária discute uso medicinal de cannabis em pets no Brasil
Conteúdos serão apresentados em uma edição especial do We Need to Talk About Cannabis, que será realizada na PET VET 2023
Leia Mais »Segundo Jair Calixto, nota técnica sobre importação de cannabis apenas reforça proibição já existente
A Anvisa publicou recentemente a Nota Técnica (NT) 35/2023, esclarecendo que a importação da Cannabis in natura, bem como de flores e partes da planta, não está permitida. O esclarecimento considera que a regulamentação atual dos produtos de Cannabis no Brasil não inclui a permissão de uso de partes da planta, mesmo após o processo de estabilização e secagem ou mesmo nas formas rasuradas, trituradas ou pulverizadas.
Leia Mais »Vendas de produtos medicinais à base de cannabis expande 201% nas farmácias no primeiro trimestre
As vendas de produtos à base de canabinoides cresceu 201% em volume nas farmácias no primeiro de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. Os números foram extraídos de levantamento produzido pela Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides, a BRCANN, com base nos indicadores da consultoria IQVIA.
Leia Mais »O futuro da cannabis medicinal e seu potencial para revolucionar o setor farmacêutico
*Por Maria Ribeiro da Luz
Leia Mais »Médicos de Curitiba explicam como os medicamentos à base de cannabis atuam no organismo
Substâncias como o CBD e THC são indicadas para o tratamento de diversas condições médicas
Leia Mais »Após avanço histórico em São Paulo, setor da cannabis medicinal projeta “novos tempos” no país
O Projeto de Lei 1.180/2019, sancionado no dia 31 de janeiro, prevê o fornecimento gratuito de medicamentos com cannabis pelo SUS em São Paulo
6/02/2023 — Atualmente, a regulamentação brasileira da cannabis permite a importação, a partir de ação judicial, de alguns medicamentos à base da planta, que contam com a aprovação prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas proíbe a produção e cultivo nacional, o que dificulta o acesso dos pacientes devido ao alto preço das fórmulas. Ainda assim, segundo dados da própria Anvisa, o número de médicos prescritores cresceu, em média, 124% ao ano nos últimos seis anos.
“A cannabis teve um crescimento muito acelerado e com claros impactos socioeconômicos para diversas áreas, como saúde, educação e economia”, comenta Kathleen Fornari, CEO e cofundadora da Anna Medicina Endocannabinoide, startup brasileira que nasceu para desburocratizara o acesso à cannabis medicinal no país. “Considerando que a indústria de cosméticos brasileira é a 4ª maior do mundo, é possível estimar que o Brasil se tornará um dos maiores players globais de cannabis medicinal nos próximos anos”, destaca a especialista.
Com o assunto em alta em todo o mundo, tem crescido também o número de pessoas que buscam acesso aos medicamentos para o tratamento de diversos problemas de saúde, entre eles Parkinson, esclerose múltipla, Alzheimer, epilepsia e autismo, fortalecendo a discussão e a mobilização política em torno do tema. No último dia 31 de janeiro, a história da cannabis medicinal no Brasil teve um de seus principais capítulos: o estado de São Paulo sancionou a distribuição gratuita de cannabis medicinal pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “São Paulo vai ter uma política pública dedicada e esse medicamento. É uma grande vitória e estamos convictos de que estamos fazendo a coisa certa”, destacou o governador Tarcísio Gomes de Freitas. Só em São Paulo, o número de pacientes autorizados pela Anvisa a importar produtos de cannabis já ultrapassa 40 mil pessoas.
Com o início da distribuição de cannabis medicinal via SUS, um avanço histórico, o setor projeta “novos tempos” no país. “Sofrer com uma condição crônica e não encontrar alívio adequado, mesmo já existindo a alternativas disponíveis no mercado, como o uso medicinal da cannabis, é um atraso para a saúde pública e a medicina nacional”, comenta Kathleen. “Com essa novidade, São Paulo estará na vanguarda brasileira, atendendo principalmente aqueles pacientes que não têm recursos para a importação e guiando os demais estados rumo à regulamentação total”, complementa a CEO da Anna.
No Paraná, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD), promulgou na última segunda-feira, dia 13 de fevereiro, o projeto de lei que facilita o acesso a medicamentos à base de cannabis. Apelidada da “Lei Pétala”, a legislação de autoria do deputado Goura (PDT), do ex-deputado Michele Caputo (PSDB) e do hoje deputado federal Paulo Litro (PSD) trata de produtos à base de canabidiol (CBD) e de tetrahidrocanabinol (THC) para tratamento de doenças, síndromes e transtornos de saúde. As novas regras começam a valer em meados do mês de março.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), o mercado da cannabis medicinal tem o potencial de movimentar US$ 30 bilhões ao ano no Brasil a partir de 2030. Já dados da consultoria Kaya Mind, especializada no setor, estimam que quase 40% da população (78 milhões de brasileiros) pode ser tratada com produtos com as propriedades terapêuticas da cannabis, com foco em benefícios diretos e redução de sintomas.
Para o médico Alfonso Ferretjans, fundador da startup brasileira-uruguaia Productora Uruguaya de Cannabis Medicinal (PUCMED), uma das grandes referências mundiais em produção de flores de cannabis para uso na área da saúde, o setor se prepara há anos para um passo mais ousado, ficando dependendo apenas das políticas públicas. “Estamos nos preparando há mais de 5 anos para o momento em que o setor terá mais liberdade de atuação no Brasil. Investimos muito em pesquisas, desenvolvimento de produtos e inovação, tudo para que possamos oferecer soluções seguras e eficientes para as mais variadas patologias. Hoje, o setor necessita muito de políticas públicas que facilitem o acesso da população a esses tratamentos inovadores, que nos últimos anos têm sido credenciados pela ciência”, comenta Ferretjans.
Próximos passos
Mesmo com os avanços nos últimos anos e com o marco representado pela aprovação da distribuição de cannabis medicinal via SUS no Estado de São Paulo, o alto custo do produto, que pode custar até R$ 1.500,00 por frasco, ainda continua sendo um obstáculo para o desenvolvimento do mercado. Fácil de extrair, até mesmo de maneira artesanal, o óleo canabidiol consumido no Brasil só pode ser adquirido de empresas estrangerias, no geral multinacionais norte-americanas, característica que explica o valor elevado do tratamento. “Em breve, acredito que o Brasil vai precisar discutir a liberação da produção de medicamento à base de cannabis dento do país. Só assim conseguiremos diminuir os custos, garantindo o acesso amplo dos brasileiros aos tratamentos. Ainda temos um longo caminho para percorrer, mas tenho certeza que a cannabis ainda mudará para melhor a vida de milhões de brasileiros”, completa Alfonso Ferretjans.