sábado , 4 maio 2024
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Pressão arterial flutuante: um sinal de alerta para demência e doenças cardíacas

Rubens de Fraga Júnior 

Professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).  

Pequenas flutuações na pressão arterial (PA) dentro de 24 horas, bem como ao longo de vários dias ou semanas, estão associadas a distúrbios de cognição, dizem os pesquisadores da Universidade do Sul da Austrália (UniSA). 

Variações mais elevadas da PA sistólica (o número superior que mede a pressão nas artérias quando o coração bate) também estão associadas ao enrijecimento das artérias, associando-se a doenças cardíacas.
 

As descobertas foram publicadas na revista Cerebral Circulation – Cognition and Behavior. A autora principal, Daria Gutteridge, Ph.D. do Laboratório de Neurociências de Envelhecimento e Déficit Cognitivo (CAIN) da UniSA, diz que é bem conhecido que a pressão alta é um fator de risco para demência, mas pouca atenção é dada à flutuação da pressão arterial. “Os tratamentos clínicos concentram-se na hipertensão, ignorando a variabilidade da pressão arterial”, diz Gutteridge. 

A pressão arterial pode flutuar em diferentes períodos de tempo – curtos e longos – e isso parece aumentar o risco de demência e da saúde dos vasos sanguíneos. 

Para ajudar a explorar os mecanismos que ligam as flutuações da PA à demência, os investigadores da UniSA recrutaram 70 idosos saudáveis, ​​com idades entre 60 e 80 anos, sem sinais de demência ou deficiência cognitiva. 

Com pressão arterial monitorada, eles completaram um teste cognitivo e a rigidez arterial no cérebro e nas artérias foi medida por ultrassonografia Doppler no crânio. 

“Descobrimos que uma maior variabilidade da pressão arterial dentro de um dia, bem como ao longo dos dias, estava associada à redução do desempenho cognitivo. Também descobrimos que variações mais elevadas da pressão arterial dentro da PA sistólica estavam associadas a uma maior rigidez dos vasos sanguíneos nas artérias”, contou Gutteridge. 

A variabilidade da PA pode servir como um marcador clínico precoce ou alvo de tratamento para o comprometimento cognitivo. 

Fonte: D.S. Gutteridge et al, Cross-sectional associations between short and mid-term blood pressure variability, cognition, and vascular stiffness in older adults, Cerebral Circulation—Cognition and Behavior (2023). 

*O conteúdo dos artigos assinados não representa necessariamente a opinião do Mackenzie. 

Sobre a Faculdade Presbiteriana Mackenzie  

A Faculdade Presbiteriana Mackenzie é uma instituição de ensino confessional presbiteriana, filantrópica e de perfil comunitário, que se dedica às ciências divinas, humanas e de saúde. A instituição é comprometida com a formação de profissionais competentes e com a produção, disseminação e aplicação do conhecimento, inserida na sociedade para atender suas necessidades e anseios, e de acordo com princípios cristãos.

O Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) é a entidade mantenedora e responsável pela gestão administrativa da Universidade Presbiteriana Mackenzie nos campi São Paulo, Alphaville e Campinas, das Faculdades Presbiterianas Mackenzie em três cidades do País: Brasília (DF), Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ), bem como das unidades dos Colégios Presbiterianos Mackenzie de educação básica em São Paulo, Tamboré (em Barueri – SP), Brasília (DF) e Palmas (TO). Além do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie Paraná (Curitiba), que presta mais de 90% de seu atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e integra o campo de estágios da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).

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