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Elemento tem poder antimicrobiano; Cecil e IPT desenvolvem projeto pioneiro
O mundo não será o mesmo após a pandemia da Covid-19 e, mesmo com a vacina, outras ações seguirão no combate a esse e outros vírus. A tendência será por ambientes cada vez mais sanitizados, seguros e, nesse objetivo, o nanocobre deve ser um dos complementos estratégicos.
O cobre possui poder antimicrobiano, comprovado por diversos estudos científicos. Quando micro-organismos entram em contato com uma superfície desse metal, ou uma de suas ligas, eles têm a sua membrana exterior destruída por íons (partículas eletricamente carregadas) que são naturalmente liberados pelo cobre. Com essa destruição, toda a estrutura interna do organismo fica exposta e também acaba sendo eliminada. O material genético do patógeno também é danificado, o que significa que as possíveis mutações que ele tenha sofrido também não serão transmitidas.
Diante do potencial, a Cecil Laminação de Metais e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) desenvolveram no Brasil um projeto pioneiro para a produção de nanocobre, com tecnologia para nanoencapsulação do elemento ativo proveniente de reservas da própria empresa. A competência, que é 100% nacional de ponta a ponta, já deu origem a um registro de patente.
“O nanocobre pode ser aplicado em diversas situações, por exemplo, na pintura de materiais variados como aço, madeira e plásticos, nas superfícies de corrimãos, portas, janelas, batentes, bancos, pias, em vários tipos de tecido, entre outros”, fala o gerente de Inovação e Tecnologia da Cecil S/A Laminação de Metais Clayton Lambert.
Lambert ressalta que a eficácia do cobre na saúde ainda é pouco conhecida pela população. “As propriedades antimicrobianas do cobre precisam ser mais difundidas, pois ele pode ser um grande aliado no combate às doenças contagiosas. Poderemos ter ambientes muito mais seguros do ponto de vista do controle das infecções em locais onde há grande circulação de pessoas, como metrôs, estações ferroviárias e de BRTs, pontos de ônibus e hospitais, neste caso com estabelecimento de um protocolo nacional específico”, fala.
Outras aplicações
O cobre pode ser grande aliado também no setor de agronegócio e no ramo veterinário. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), ao todo, 70% das enfermidades surgidas desde a década de 1940 são de origem animal.
“Os materiais de cobre podem ser úteis como superfícies antimicrobianas em confinamentos, bebedouros e comedouros para os animais, materiais de gaiolas e recipientes de armazenamento. Pode ser de grande valia também em diversas áreas da medicina veterinária. Hospitais e clínicas, superfícies de laboratórios, instrumentos cirúrgicos, instalações, fômites, abatedouros, laticínios, indústrias de alimentos de origem animal, entre outros”, fala Ronise Depner, mestre e doutora em Medicina Veterinária, que atua na Abluo, empresa do Grupo Cecil, a qual desenvolve trabalho na síntese e aplicação de Nanopartículas de cobre com atividade biocida.
A especialista pontua, ainda, o uso do cobre na avicultura, a começar pelos incubatórios onde a limpeza dos equipamentos e da sala de nascimento dos pintinhos é fundamental para a sanidade dos animais. “Hoje, muitos desinfetantes utilizados possuem restrições de uso, por ação carcinogênica ou corrosiva. Com utilização de materiais que levem o cobre na composição, além do impacto financeiro pela redução de custos, haverá menor impacto ambiental pela redução de resíduos químicos liberados no meio ambiente”, salienta.
Sobre o Grupo Cecil S/A
Localizada em Itapevi (SP), há 60 anos a Cecil aprimora a fabricação de produtos de cobre e suas ligas, desenvolvendo produtos inovadores que acompanham as novas tendências do mercado.
