quarta-feira , 1 maio 2024
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Testes de laboratório apontam que café expresso pode ter efeitos benéficos contra algumas doenças neurodegenerativas 

Por Rubens de Fraga Júnior

Professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Metade dos americanos, aproximadamente, bebe café todos os dias, sendo o expresso a forma mais popular de consumi-lo. Para “puxar” uma dose de expresso, a água quente é forçada através dos grãos de café finamente moídos, criando um extrato concentrado. 

Pesquisas recentes sugerem que a bebida também pode ter efeitos benéficos contra certas doenças neurodegenerativas, incluindo a Doença de Alzheimer. Embora os mecanismos exatos que causam essas condições ainda não sejam claros, acredita-se que uma proteína chamada TAU desempenhe um papel significativo. 

Em pessoas saudáveis, as proteínas TAU ajudam a estabilizar as estruturas no cérebro, mas quando certas doenças se desenvolvem, as proteínas podem se agrupar em fibrilas. Alguns pesquisadores propõem que prevenir essa agregação poderia aliviar os sintomas. Assim, Mariapina D’Onofrio e colegas queriam observar se os compostos do café expresso poderiam prevenir a agregação de TAU in vitro

Os pesquisadores extraíram doses de expresso em grãos comprados em lojas e, em seguida, caracterizaram sua composição química usando espectroscopia de ressonância magnética nuclear. Eles escolheram a cafeína e a trigonelina, ambos alcaloides, o flavonoide genisteína e a teobromina, um composto também encontrado no chocolate, para focar em experimentos posteriores. Essas moléculas, juntamente com o extrato completo do café expresso, foram incubadas com uma forma abreviada da proteína TAU por até 40 horas. 

À medida em que a concentração de extrato de café expresso, cafeína ou genisteína aumentava, as fibrilas ficavam mais curtas. Verificou-se que as fibrilas encurtadas não eram tóxicas para as células e não agiam como “sementes” para agregação adicional. 

Em outras experiências, os investigadores observaram que a cafeína e o extrato de café expresso podiam ligar-se às fibrilas de TAU pré-formadas. Embora muito mais pesquisas sejam necessárias, a equipe afirma que suas descobertas preliminares in vitro podem abrir caminho para encontrar ou projetar outros compostos bioativos contra doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Alzheimer.

FONTE: Espresso coffee mitigates the aggregation and condensation of Alzheimer’s associated tau protein, Journal of Agricultural and Food Chemistry (2023). DOI: 10.1021/acs.jafc.3c01072

Sobre a Faculdade Presbiteriana Mackenzie  

A Faculdade Presbiteriana Mackenzie é uma instituição de ensino confessional presbiteriana, filantrópica e de perfil comunitário, que se dedica às ciências divinas, humanas e de saúde. A instituição é comprometida com a formação de profissionais competentes e com a produção, disseminação e aplicação do conhecimento, inserida na sociedade para atender suas necessidades e anseios, e de acordo com princípios cristãos. 

O Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) é a entidade mantenedora e responsável pela gestão administrativa da Universidade Presbiteriana Mackenzie nos campi São Paulo, Alphaville e Campinas, das Faculdades Presbiterianas Mackenzie em três cidades do País: Brasília (DF), Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ), bem como das unidades dos Colégios Presbiterianos Mackenzie de educação básica em São Paulo, Tamboré (em Barueri – SP), Brasília (DF) e Palmas (TO). Além do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie Paraná (Curitiba), que presta mais de 90% de seu atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e integra o campo de estágios da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).

Rubens de Fraga JúniorProfessor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)

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