Inspirada em mecanismos utilizados por bactérias, técnica também pode ampliar possibilidades terapêuticas e viabilizar edição gênica
Fazer com que medicamentos atuem apenas em órgãos específicos é um dos grandes desafios da ciência. Um estudo publicado na Nature aproxima essa tecnologia da realidade ao se inspirar em microrganismos para injetar proteínas diretamente dentro das células. A novidade também poderá ser útil para viabilizar terapias de edição gênica.
Vírus e bactérias têm a capacidade de infectar espécies e órgãos específicos. Isso acontece porque eles têm receptores na sua superfície que conseguem reconhecer seus alvos preferidos. Após o reconhecimento, algumas dessas bactérias injetam proteínas nos seus hospedeiros utilizando seringas microscópicas, o que faz com que elas causem tantas reações.
Ao copiar esses mecanismos, os pesquisadores podem revolucionar a indústria farmacêutica. Hoje, da maneira como os medicamentos são administrados, eles se diluem no sangue e agem de maneira inespecífi…
Com a nova tecnologia, os medicamentos poderão atuar apenas nos tecidos de interesse e garantir uma maior eficácia em órgãos que contam com uma grande rede de proteção, como o cérebro. Além disso, por possibilitar a utilização de moléculas maiores, esse método aumenta consideravelmente o leque de possibilidades de novos tratamentos, como a edição gênica.
Atualmente, as pequenas seringas só foram utilizadas com algumas proteínas em células e camundongos de laboratório. O caminho até a utilização em humanos ainda será exaustivo, mas já permite sonhar com tratamentos revolucionários – e o melhor de tudo, sem efeitos colaterais.
Fonte: Veja