domingo , 5 maio 2024
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Por que é tão difícil elaborar um plano nacional de farmoquímica?

A falta de um plano tem impacto nas prateleiras das farmácias e na reação do país diante das crises sanitárias. Líderes do setor farmoquímico explicam como isso pode mudar em 2023

Desde o início da pandemia, a falta de medicamentos básicos, como anti-inflamatórios, antibióticos e vacinas tem sido evidente e um dos motivos é à falta de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs). Esse déficit é resultado da alta demanda, e pelo fato do Brasil depender de insumos importados. No entanto, este cenário pode mudar em 2023 com o avanço da PL 4209/19 e da PL 1505/2022.

O tema deve ser de séria preocupação para que o Brasil caminhe para uma menor dependência do mercado internacional. Para o presidente da Nortec Química, a maior produtora de IFAs da América Latina, Marcelo Mansur, “durante um momento de crise, não adianta contar com outros países, principalmente nos casos de um episódio mundial, como a pandemia. É importante termos um certo grau de independência”.

A dificuldade para definir um plano nacional

Para o presidente-executivo da Abifina (Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e Especialidades) Antônio Carlos da Costa Bezerra, a tarefa do plano nacional é complexa, e envolve diversas áreas e investimentos. “Não se trata de um plano simples de fomento à indústria. Deve-se ter um entendimento único no governo para direcionar e gerir o plano e as ações. Neste contexto estão inseridos diversos atores públicos e privados com diferentes temas que se entrelaçam: inovação, propriedade intelectual, acesso a tecnologias e investimento são alguns deles. Mas, se não houver um arcabouço regulatório e tributário robusto que suporte o desenvolvimento e execução do plano, a indústria nacional poderá não caminhar junto”, pontua.

Para Bezerra, o plano deve beneficiar governo, indústrias e população, numa relação de “ganha-ganha”, com acesso à tecnologia, ao fornecimento de produtos e a maior diversidade de medicamentos nas prateleiras.

No contraponto, Marcelo Mansur acredita que o plano deve acompanhar uma boa estrutura industrial para ajudar na reação em tempos de crises. “A Nortec possui plantas construídas para serem multifuncionais, pensando na flexibilidade para atender vários segmentos. Essa estrutura faz toda a diferença para o setor amortecer os impactos da crise”, opina Mansur.

As propostas já estão nas mãos do novo governo

Este ano, a Abifina (Associação Brasileira das Industrias de Química Fina, Biotecnologia e Especialidades) entregou à câmara a “AGENDA SETORIAL E TEMÁTICA PARA O COMPLEXO INDUSTRIAL DA QUÍMICA FINA – ELEIÇÕES 2022”, que visa fomentar o desenvolvimento deste plano nacional a partir de três eixos:

  • Fortalecimento da Produção Local;
  • Promoção do desenvolvimento científico e tecnológico, regulação sanitária e da inovação;
  • Incentivo à responsabilidade socioambiental;

A perspectiva é que os diálogos continuem em 2023, tanto para o avanço da PL 4209/19 e da PL 1505/2022 para garantir maior autonomia nacional neste setor tão vital no cotidiano dos brasileiros.

Sobre a Nortec Química     

A Nortec Química é a maior fabricante de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) da América Latina, investindo em Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação em seus processos. A Companhia é a única produtora de Benznidazol no Brasil, IFA utilizado no tratamento da Doença de Chagas e é a maior produtora de Antirretrovirais do Ocidente. A relevância da Nortec Química no cenário mundial permanece com o aumento da capacidade produtiva e na atuação em P&D com o projeto de instalação da Primeira Planta para Drogas de Alta Potência, contribuindo com soluções tecnológicas para a melhoria do bem-estar, da vida e da saúde das pessoas. A empresa foi fundada na década de 80 em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.  

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