Inaugurado em outubro de 2018, em São Paulo (SP), o M Lab™ Collaboration Center é uma iniciativa da divisão de Life Science da Merck, líder em ciência e tecnologia, para impulsionar o desenvolvimento e a inovação no setor de life sciences no Brasil. O complexo oferece suporte para desenvolvimento de processos, solução de problemas, demonstrações e treinamento prático, permitindo que clientes e parceiros como indústrias, governos, mundo acadêmico, órgãos reguladores e associações do setor explorem novas abordagens e melhorem a produtividade.
Desde sua inauguração, há 5 anos, o espaço já recebeu mais de 1.700 participantes de mais de 400 empresas para explorar ideias, aprender técnicas inovadoras em métodos analíticos e processos produtivos, além de trabalhar lado a lado com os especialistas da Merck. Fabio Demetrio, Head de Science & Lab Solutions da divisão de Life Science da Merck Brasil, destaca a evolução do projeto e os benefícios trazidos para a comunidade científica. Ele relembra o começo da iniciativa. “O M Lab no Brasil trouxe a robustez de uma rede de laboratórios global, combinada com a inspiração local de laboratórios de aplicação que já existiam no país e se tornou o primeiro laboratório multipropósito de nossa rede de Labs espalhados pelo mundo, abrangendo pesquisa, desenvolvimento, controle de qualidade e processos”.
Equipe qualificada
Não à toa, o M Lab™ Collaboration Center causa a admiração dos visitantes desde o início da experiência no local. O que mais chama a atenção, afirma Demetrio, é o nível de conhecimento analítico dos experts da Merck. Os visitantes são recebidos por equipe altamente qualificada. Os profissionais que trabalham no local têm muitos anos de experiência na área analítica, incluindo química analítica, físico-química, desenvolvimento e metodologias. “Eles não apenas conhecem as normativas vigentes, mas também têm conhecimento em equipamentos e, mais importante, em produtos. Eles sabem como os produtos do M Lab se encaixam na cadeia de valor de seus clientes. O M Lab também é uma plataforma de lançamento de produtos inovadores e uma plataforma educacional para pesquisadores e profissionais da indústria”, explica Demetrio.
Perfil dos visitantes
O M Lab™ Collaboration Center abre suas portas para profissionais com diferentes perfis. Por exemplo, pesquisadores que estão já há muito tempo trabalhando em linhas específicas, e que vão ao laboratório para poder entender oportunidades de acelerar o processo deles.
Outro perfil muito interessante que tem surgido com mais frequência é o do profissional de controle de qualidade de indústrias que possui um problema a resolver. “Às vezes, ele está mantendo aquela produtividade estável, mas ele precisa de mais produtividade na sua análise. Ou uma impureza que não consegue quantificar ou uma metodologia de análise que não consegue desenvolver por N motivos. Há, então, uma discussão técnica, nós fazemos alguns testes, algumas análises e chegamos a uma rota que é interessante para o cliente”, explica Demetrio.
Há ainda um terceiro público, ligado às tendências inovadoras. “Por exemplo, existem muitas pessoas trabalhando hoje com carne cultivada. Mas antes de carne cultivada, surgiu uma tecnologia chamada impressão 3D. Um dos primeiros cursos de impressão 3D do Brasil foi feito no nosso laboratório. Para qualquer tecnologia inovadora, procuramos oferecer algum produto para dar apoio para essas tecnologias, para apoiar o desenvolvimento do que são realmente tendências para o futuro”.
De olho na área ambiental
Dentre esses tipos de perfis atendidos, a maioria vem do segmento farmacêutico. Isso se deve não apenas à natureza da Merck, mas também ao fato de que tradicionalmente há oferta muito grande nesse segmento. No entanto, outros setores estão ganhando espaço. “Temos visto um aumento significativo no segmento de laboratórios de testes e serviços, conhecidos como ‘testing labs’. Esses laboratórios terceirizam análises para várias aplicações”, diz.
Recentemente, tem ocorrido uma demanda crescente na área ambiental. “Ao realizar uma análise ambiental, é necessário um alto grau de precisão e especificidade. Essa demanda requer um conhecimento técnico analítico elevado, que é uma das nossas especialidades. Por exemplo, para determinar se o solo está contaminado, é necessário coletar uma amostra e passar por um processo de preparação antes de ser analisada. Aqui no laboratório, temos um fluxo de trabalho específico para a preparação de amostras, desde a coleta até o resultado final. Dessa forma, fornecemos suporte aos laboratórios que prestam serviços na área ambiental”, explica Demetrio.
Tendências
Uma das tendências para o futuro próximo é o uso cada vez mais frequente de testes rápidos em diversas aplicações. “Antes, quando ouvíamos falar sobre testes rápidos, pensávamos apenas em testes de gravidez – e mais recentemente testes de Covid-19. No entanto, atualmente, esses testes têm sido utilizados em diversos setores, como na detecção de toxinas em sementes de soja. Isso traz uma economia significativa, pois evita que cargas contaminadas sejam enviadas. Essa é apenas uma das várias tendências observadas no setor dos testes rápidos”, explica Fabio Demetrio.
Além disso, há uma outra tendência de produtos de uso único, que é utilizada no campo de bioprocessos. “Renomadas instituições públicas estão adotando essa tecnologia. É uma tecnologia avançada que tem despertado o interesse de profissionais da biotecnologia, oferecendo oportunidades de aprendizado e desenvolvimento”, afirma.
Projetos futuros para o M Lab™ Collaboration Center
Demetrio destaca três áreas que são bastante relevantes em termos de tendências, e que serão muito trabalhadas pelo M LabTM Collaboration Center. A primeira é o campo do diagnóstico, que avança rapidamente. “Há uma crescente demanda por análises diagnósticas, tanto devido ao avanço da medicina personalizada quanto à necessidade de aprimorar os sistemas de saúde”, diz.
Outro ponto importante destacado pelo executivo é a tecnologia. “Estamos explorando a nanotecnologia de uma maneira inovadora, um serviço que ainda não oferecemos no M Lab. Temos umlaboratório satélite, que é coordenado por especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desde junho deste ano, e integra a comunidade científica com iniciativas privadas. Trata-se do Nanotech Innovation Hub, um projeto que tem como coautor Misael Silva, líder de Inovação para América Latina da divisão de Life Science -, com foco em projetos voltados a todos os setores interessados, com especial destaque para saúde humana & animal, alimentos & bebidas e agricultura. É uma aposta promissora para nós. Temos um modelo semelhante com o Centro de Biotecnologia do SENAI-SP, onde prestamos serviços para biologia celular, biologia molecular, imunoensaios, bioquímicos e análise de proteínas utilizando a infraestrutura do laboratório”, explica.
Demetrio cita também um conceito interessante chamado de “laboratório 4.0”, que envolve a automação das informações em um laboratório de controle de qualidade. “Basicamente, trata-se de integrar todas as informações relacionadas ao consumo de produtos dentro do laboratório. Resumindo de forma prática, no M Lab, por exemplo, utilizamos o software LANEXO, que fornece um controle completo sobre essas informações. Se você abrir um frasco de algum produto no laboratório, o sistema registra a data de abertura e o prazo de validade restante, além de informar o consumo.”, diz
“Dessa forma, é possível saber quando será necessário solicitar um novo material. Antes, as anotações eram feitas em cadernos. Hoje, tudo está automatizado na nuvem, com alertas enviados diretamente para os dispositivos móveis dos operadores.”, acrescenta.
Portas abertas aos clientes
O laboratório está constantemente aberto à visita de clientes. O M Lab™ Collaboration Center, afirma Demetrio, valoriza muito essa interação. Isso faz parte inclusive da missão do laboratório, que é colaborar com a ciência no país. “Para clientes que não podem visitar fisicamente o laboratório, há um sistema online que permite uma visita virtual com acesso às mesmas experiências. A mesma experiência, só que de forma online”, diz.
“A grande missão aí é como nós podemos ser parte da solução dos problemas mais difíceis da ciência brasileira. Não só ciência, mas como nós podemos contribuir com a indústria privada, solucionando temas que, no final das contas, vão se reverter em benefício para a sociedade. Então, eu concluo que o fato de nós termos um complexo de laboratórios aqui, gera essa discussão, gera essa massa crítica, gera esse volume de soluções, que é um grande orgulho para a gente aqui no Brasil”, conclui.