domingo , 5 maio 2024
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Você está pronto para utilizar uma tecnologia que vai revolucionar a sustentabilidade na cadeia logística?

Pierre Jacquin, vice-presidente da project44 para a América Latina.

O debate sobre a emergência climática e a necessidade de estratégias de sustentabilidade há muito já deixaram de ser assuntos reservados somente a organizações de proteção ao meio ambiente ou às pautas políticas.

Afinal de contas, medidas ESG influenciam a percepção de valor das companhias, e a pressão para que as empresas sejam ambientalmente responsáveis só irá aumentar, já que a estimativa é que eventos climáticos — como chuvas intensas, ondas de calor, incêndios, nevascas e furacões — sejam cada vez mais frequentes, causando perdas pessoais e familiares, e destruição e prejuízo para o setor público e privado.

No Brasil, uma pesquisa da CNM — Confederação Nacional de Municípios apontou que os prejuízos financeiros causados por desastres naturais no país somaram mais de R$ 72 bilhões em 2022 — recorde anual alcançado em apenas quatro meses, entre janeiro e abril. Em 2021, durante os 12 meses, o montante despendido foi de R$ 60,3 bilhões.

Acontece da mesma forma em todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, 2022 está empatado com 2017 e 2011 em um terceiro lugar de um pódio que não é motivo de comemoração: eles são 3º colocados no ranking de anos cujos prejuízos causados por desastres chegaram aos bilhões de dólares. No ano passado, o furacão Ian, sozinho, causou um prejuízo de US$ 113 bilhões!

Um dos desafios mais urgentes reside no fato de que, muito provavelmente, esse deve ser o cenário “normal” daqui para a frente. As Nações Unidas atualmente preveem um panorama no qual deve existir um aumento de desastres em todo o mundo. Para a ONU, chegaremos à marca de 560 desastres por ano até 2030, cerca de um desastre climático e meio por dia, em todo o globo.

O que podemos fazer? O setor de cadeia de fornecimento e logística tem se movimentado para diminuir o impacto ambiental das atividades, e 2023 traz movimentações importantes. Haverá mais alterações nos requisitos da International Maritime Organization (braço da ONU). De acordo com as novas regras, navios mais antigos devem desacelerar para reduzir as emissões, e em geral, as embarcações terão que reduzir o número de viagens.

Mas essas regras afetarão os preços, uma vez que a demanda continuará forte. Os operadores da cadeia de suprimentos e seus clientes terão que incorporar essa consideração em seu orçamento. Apesar das novas regulamentações e da importância urgente do combate às ameaças climáticas, a realidade é que há muito a ser feito. Principalmente quando falamos de emissões de escopo 3 — esse é o termo para se referir a emissões de carbono geradas por ativos que não são controlados por uma mesma corporação.

O fato é que as companhias têm dificuldade para iniciar uma jornada efetiva para reduzir a emissão de CO2 pois essa é uma tarefa complexa, mesmo para aquelas com um efetivo programa ESG. E um dos motivos é que faltam dados, rastreabilidade e visibilidade na cadeia de suprimento, e a situação só se torna mais desafiadora quando, justamente, é necessário prestar contas em relação às emissões do escopo 3.

Por onde começar? Para medir e reduzir com precisão as emissões da sua cadeia de suprimentos, são necessários três elementos:

• Dados de emissões acessíveis e precisos.

• Visibilidade e relatórios automatizados de suas emissões globais de transporte.

• Soluções de fluxo de trabalho para permitir a tomada de decisões baseadas em emissões.

E tudo isso só é possível com medições realmente precisas. Para os embarcadores, transportadores e prestadores de serviços de logística, as soluções digitais capazes de garantir visibilidade em tempo real e de ponta a ponta em toda a cadeia de abastecimento se tornarão cada vez mais fundamentais.

Podemos controlar aquilo que é possível enxergar, e por isso a visibilidade é tão valiosa. Tanto para o reconhecimento de gargalos e pontos críticos quanto para planejar possíveis alterações de rotas e modais que possam aliviar a pegada ambiental dos movimentos de carga.

Essa tecnologia já existe, e é fundamental que mais companhias invistam na transformação digital para lançarem mão de ferramentas que possam conectar inteligência logística e cálculo de emissão de poluentes, para aumentar a visibilidade e o fluxo de mercadorias mundo afora, com boa produtividade e cumprimento de prazos.

Então, se você ainda não começou a executar a medição das emissões do escopo 3, agora é a hora. Identifique seu principal modal, certifique-se sobre quais fornecedores têm a maior pegada de emissões e invista em tecnologia para ajudar na sustentabilidade da cadeia de suprimentos global.

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