Os desafios dos atrasos dos pagamentos: Um problema em ascensão no setor de distribuição de medicamentos

Nesse artigo, o vice presidente do conselho de administração da ABFMED, Gustavo Dazzi Piol, faz uma análise sobre o cenário preocupante que a cadeia de distribuição vem enfrentando em nosso país, devido aos atrasos no pagamento de compras de medicamentos que têm se tornado um problema recorrente, sendo que tem sido observado que tanto o governo quanto hospitais privados têm apresentado dificuldades no cumprimento dos prazos de pagamentos, e essa situação vem aumentando dia a dia.

Os distribuidores de medicamentos desempenham um papel fundamental na cadeia de suprimentos da saúde, conectando fabricantes e hospitais, garantindo o fluxo contínuo de medicamentos essenciais, no entanto, os atrasos no pagamento das compras por parte do governo e de hospitais colocam em risco a saúde financeira dessas empresas, ratifica Deivis de Oliveira Guimarães, presidente executivo da associação.

 Segundo Gustavo, os atrasos no pagamento geram um desequilíbrio nos fluxos de caixa dos distribuidores, dificultando a gestão de despesas operacionais, como folha de pagamento, aluguel, transporte e armazenamento adequado dos medicamentos, da mesma forma que a falta de recursos financeiros impede investimentos em melhorias nos processos logísticos e tecnológicos, prejudicando a eficiência e a capacidade de expansão das operações.

A associação brasileira de fornecedores de medicamentos, desde 2018 vêm buscando apoio político para propor a alteração dos critérios referente ao modelo de pagamento dos processos públicos, atribuindo maior responsabilidade aos agentes envolvidos na solicitação e quitação das autorizações de fornecimento, mas entende que é um caminho complexo e que envolve muitas questões legais e estruturais. No entanto, Deivis reforça que nesse ínterim os atrasos no pagamento de compras de medicamentos representam riscos significativos para o setor como um todo, além da inadimplência desencorajar distribuidores a trabalhar com governos inadimplentes e hospitais que não cumprem os prazos de pagamento, levando automaticamente a uma diminuição da concorrência no mercado, o que pode resultar em preços mais altos, menor variedade de medicamentos disponíveis e dificuldades no acesso aos tratamentos.

Para enfrentar esse problema, Gustavo acredita que seja necessário um esforço conjunto entre o governo, hospitais e distribuidores de medicamentos, e diz que é fundamental estabelecer prazos de pagamento mais adequados e efetuar os pagamentos de forma regular, garantindo a sustentabilidade financeira de toda a cadeia de suprimentos, além disso, diz que é importante o governo investir em sistemas de gestão mais eficientes e tecnologias que melhorem a transparência e o controle dos processos de compra e pagamento.