Histórias que se cruzam Adalto e Luzia Domiciano se conheceram no trabalho, em 2011, na comemoração alusiva ao Dia do Surdo e um ano depois se casaram. Ele nasceu sem a audição e aprendeu libras durante a adolescência. Luzia perdeu a audição aos três anos de idade, e também se comunica pela língua de sinais. O casal faz parte dos mais de 200 colaboradores PCDs da indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi.
“No meu primeiro dia senti um pouco de medo, porque a comunicação era um obstáculo. A equipe me mostrou como era o trabalho e, aos poucos, fui aprendendo a operar as máquinas. Ao mesmo tempo, as pessoas ao meu redor aprenderam a se comunicar comigo”, relembra Adalto, que trabalha na farmacêutica desde 2009. “Gosto do que faço e quero crescer, ser um multiplicador”, acrescenta o operador.
Luzia, por sua vez, morava em Sete Quedas, em Mato Grosso do Sul, e trabalhava em um supermercado. Seu irmão, que já trabalhava na Prati-Donaduzzi, a incentivou a se mudar para Toledo, no Paraná, e buscar uma vaga na farmacêutica. Em 2010, ela tomou coragem e decidiu seguir seu sonho. Começou no terceiro turno. “Em uma semana, aprendi todo o funcionamento da linha de produção, dos revezamentos e recebi parabéns da supervisão”, conta orgulhosa. “Quando engravidei, mudei de turno, o que facilitou a acessibilidade. Hoje, temos duas filhas: a Amanda, de 12 anos, e a Alana, de 3 anos.”
Inclusão que também envolve comunidade vizinha
Assim como Adalto e Luzia, mais de 60 colaboradores da farmacêutica enfrentam problemas de audição. Para apoiar esses profissionais, a Prati-Donaduzzi oferece palestras e cursos de capacitação com a presença de intérpretes de Libras. Além disso, o projeto Prati Envolver, criado há 12 anos, atua em duas frentes: a interna, focada em capacitar e qualificar os colaboradores da empresa, e a externa, que leva treinamento à comunidade, oferecendo oportunidades de qualificação para pessoas com deficiência que ainda não estão inseridas no mercado de trabalho, podendo no final o curso ser contratada pela empresa.
“É essencial que as organizações valorizem as pessoas como seu maior bem, e a inclusão deve ser vista não apenas como uma obrigação, mas como uma oportunidade. Por meio dessa iniciativa, as empresas podem aprimorar as habilidades de suas equipes e fomentar o crescimento dos negócios”, explica Maria Rita Pozzebon, supervisora de Responsabilidade Social. “Uma organização inteligente reconhece a inclusão como uma via de possibilidades, pois estar imersa em um ambiente inclusivo de aprendizado e crescimento contínuo”, finaliza.
Fonte: Prati-Donaduzzi.