quinta-feira , 25 abril 2024
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Parkinson: a doença que tem outros sinais além dos tremores

O ator e diretor Paulo José, que morreu em agosto, aos 84 anos, conviveu com a Doença de Parkinson por 28 anos. Workaholic confesso, apaixonado pela profissão, ele nunca parou de trabalhar. Aprendeu a lidar com a doença que chamava de seu ‘coadjuvante de peso, mas nunca protagonista’. A busca pelo melhor tratamento para cada momento da doença, a rede de apoio e o otimismo foram suas armas na batalha contra a enfermidade.

A Doença de Parkinson é causada por uma degeneração progressiva dos neurônios que produzem uma substância chamada dopamina, um neurotransmissor que ajuda na comunicação entre as células nervosas e é essencial para o controle dos movimentos dos músculos [1,2].

A ausência da dopamina causa tremores, ou seja, movimentos involuntários de braços, pernas, cabeça. Mas nem sempre eles são o primeiro sintoma da doença. Na maioria das vezes, antes dos tremores a pessoa desenvolve bradicinesia. “É a lentificação dos movimentos, quase sempre de um lado só do corpo, geralmente nas extremidades, como nas mãos e nos pés. Já é um sinal motor”, explica Dr. Hélio Osmo, Diretor Médico da Zambon e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica.

Osmo explica que o tremor não é exclusividade da Doença de Parkinson. “Existem inúmeras doenças neurológicas diferentes que provocam tremor, então é preciso que um neurologista especializado em distúrbio do movimento analise o caso para fechar o diagnóstico”, recomenda.

Mesmo antes da lentificação dos movimentos o paciente pode apresentar outros sintomas que dificilmente são relacionados ao Parkinson. “Os neurologistas costumam chamar esse período de ‘lua de mel da doença de Parkinson’. São sinais como depressão, ansiedade, distúrbios do sono e até problemas de retenção urinária”, detalha Dr. Hélio Osmo, dizendo que raramente eles são associados precocemente ao Parkinson.

Como o diagnóstico da doença é essencialmente clínico, feito por após o descarte de outras patologias, o conselho é procurar um neurologista sempre que surgirem alguns dos principais sintomas:

  • Tremores involuntários mesmo em repouso
  • Rigidez muscular
  • Andar mais lento e arrastado
  • Perda de expressão facial
  • Depressão
  • Ansiedade
  • Dores musculares
  • Constipação

Dados

A Doença de Parkinson atinge 1% da população mundial acima dos 65 anos, o que representa cerca de 8 milhões de pessoas. No Brasil, as estimativas apontam para cerca de 700 mil portadores da doença, que é crônica, progressiva e ainda não tem cura [1,2]. Ela atinge principalmente a terceira idade e em geral surge a partir dos 60/65 anos. Quando ela se manifesta precocemente sua progressão é mais lenta. Já quando surge a partir dos 75/80 anos ela evolui mais rapidamente para estágios mais avançados

Tratamento

Como a doença é progressiva e não tem cura, as terapias ajudam a controlar os sintomas e permitem que o indivíduo continue exercendo suas atividades. O tratamento com medicamentos estimula a oferta de dopamina, aumentando a sua presença ou evitando a sua degradação, além da deterioração das funções cerebrais e do controle dos sintomas do Parkinson. Eles não curam a doença, mas melhoram a qualidade do tempo ao lado de amigos e familiares, além da capacidade produtiva dos pacientes.

Além dos remédios, existem outros recursos terapêuticos como fisioterapia, cirurgia e até o implante de um dispositivo cerebral que reduz os tremores e a rigidez dos músculos.

Referências:

1 MEDSCAPE Diseases and Conditions: Parkinson’s Disease. Disponível em: https://emedicine.medscape.com/article/1831191-overview. Acesso em: 01/04/2021.

2 Parkinson: sintomas, tratamento e como adiar o avanço da doença. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/parkinson. Acesso em: 08/04/2021.

3 K. R. Chaudhuri e W. Ondo, Movement disorders in clinical practice, Springer Science & Business Media, 2010..

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