sábado , 5 outubro 2024
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O TDAH pode prejudicar o resultado no teste de QI?

Em uma análise minuciosa sobre a relação entre Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o desempenho em testes de Quociente de Inteligência (QI), o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em Neurociências, especialista em genômica e diretor do Projeto GIP, RG TEA e Neurogenomic, oferece estudos técnicos e complexos sobre esta interseção crítica.

“Estudos têm demonstrado uma correlação estatisticamente significativa entre o TDAH e desempenhos reduzidos em testes de QI, particularmente em domínios que exigem funções executivas robustas”, explica o Dr. Abreu Agrela. “Essas funções incluem atenção sustentada, inibição de respostas impulsivas e memória de trabalho, todas essenciais para um desempenho cognitivo elevado.”

Impacto no Desempenho Neuropsicológico

O Dr. Abreu Agrela destaca um estudo fundamental publicado no Archives of Clinical Neuropsychology, que avaliou crianças com TDAH em comparação com normas publicadas e classificações comportamentais dos pais. “Os resultados indicam que, apesar dos QIs médios a baixos-médios, as crianças com TDAH tiveram um desempenho significativamente inferior nas medidas sensíveis ao funcionamento fronto-executivo, com uma prevalência notável de déficits em testes de memória que requerem recall livre, dependente do funcionamento intacto das regiões frontais do cérebro”.

QI e Testes Contínuos de Performance

“O desempenho em testes contínuos de performance (CPTs) também varia significativamente com o QI entre crianças com TDAH”, aponta Dr. Abreu Agrela, referindo-se a um estudo publicado na Psychiatry Investigation. “Crianças com TDAH e QI superior (≥120) tendem a apresentar menos erros de omissão e comissão em testes visuais e auditivos comparadas às crianças com QI médio (70-120), mesmo após controlar variáveis como idade e gênero”.

Efeitos dos Sintomas do TDAH na Performance Intelectual

A investigação sobre os efeitos dos sintomas do TDAH na performance intelectual adulta revelou correlações significativas. “Sintomas de TDAH na idade adulta prejudicam o desempenho em testes intelectuais, independentemente do tempo de conclusão do teste, com um efeito de tamanho médio a grande”, detalha o Dr. Abreu Agrela, citando um estudo publicado na Personality and Individual Differences.

Mascaramento dos Déficits Cognitivos por QI Elevado

“Adultos com TDAH e QI elevado podem apresentar déficits menos evidentes em funções executivas, o que sugere uma compensação parcial das deficiências cognitivas por meio da alta eficiência intelectual”, comenta Dr. Abreu Agrela, com base em um estudo da Journal of Attention Disorders.

Conclusão

“É crucial que os profissionais de saúde mental e educadores compreendam que, embora um QI elevado possa mascarar alguns dos déficits cognitivos associados ao TDAH, os indivíduos com este transtorno frequentemente enfrentam desafios significativos em várias áreas de desempenho intelectual e funcional”, conclui o Dr. Abreu Agrela.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós-Doutor em Neurociências e Mestre em Ciências da Saúde, com foco em Psicologia e Neurociências, é um biólogo especializado em genômica, comportamento humano e inteligência. Membro de sociedades renomadas, como Society for Neuroscience (EUA), Sigma Xi (EUA) e Royal Society of Biology (Reino Unido), ele integra sociedades de alto QI, incluindo Mensa, Intertel, TNS, ISPE, HELLIQ, IIS e ePiq.

Autor de estudos sobre inteligência, o Dr. Fabiano é o criador do conceito Inteligência DWRI, direcionado a indivíduos de alto QI com cognição avançada. Preside a ISI Society, uma sociedade exclusiva de alto QI, e desenvolveu o primeiro relatório de Inteligência Genética através do projeto GIP, estimando o QI com base em dados genéticos. Destaca-se ainda como idealizador do Gifted Debate, um grupo restrito que reúne jovens e adultos de alto QI em discussões estimulantes.

Referências:

  1. MUIR-BROADDUS, J. et al. Neuropsychological test performance of children with ADHD relative to test norms and parent behavioral ratings. Archives of Clinical Neuropsychology, v. 17, n. 7, p. 671-689, 2002.
  2. PARK, M. H. et al. Differences in Performance of ADHD Children on a Visual and Auditory Continuous Performance Test according to IQ. Psychiatry Investigation, v. 8, n. 3, p. 227-233, 2011.
  3. GOODWIN, E. J. et al. The impact of ADHD symptoms on intelligence test achievement and speed of performance. Personality and Individual Differences, v. 50, p. 1273-1277, 2011.
  4. MILIONI, A. et al. High IQ May “Mask” the Diagnosis of ADHD by Compensating for Deficits in Executive Functions in Treatment-Naïve Adults With ADHD. Journal of Attention Disorders, v. 21, n. 5, p. 455-464, 2017.

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