Um agente antitumoral possui propriedades especiais capazes de retardar o envelhecimento. É o que aposta os pesquisadores de diferentes países.
Eles acreditam que a rapamicina (sirolimus) seja a melhor opção para uma futura pílula anti-idade. Esse medicamento é um imunodepressor comumente utilizado contra o processo de rejeição a órgãos transplantados e que se mostrou eficiente no bloqueio de uma enzima que acelera a divisão celular.
A rapamicina foi descoberta acidentalmente nos anos 1970, na Ilha de Páscoa. Foi descoberta ao verificar-se que as pessoas que andavam descalças não eram contaminadas com o tétano, apesar das perfurações nos pés.
Em um artigo de 2014, pesquisadores constataram que a substância aumentou a expectativa de vida média de 23% em camundongos machos e 26% em camundongos fêmeas.
A próxima fase, com testes clínicos realizados em pessoas, já começou. Ou melhor, começaram. Em todo o mundo há, pelo menos, 2 mil estudos simultâneos em torno das propriedades deste medicamento.
Os cientistas acreditam que a rapamicina possa prevenir ou retardar o aparecimento de quase todas as doenças relacionadas à idade. Essas enfermidades incluem aterosclerose, câncer, Alzheimer, obesidade, resistência a insulina e diabetes de tipo II, cegueira devido à degeneração macular relacionada com a idade, osteoartrite, osteoporose, entre outras.
A substância parece ter um efeito semelhante ao de uma dieta de redução calórica. Uma vez que ela se provou eficaz no aumento da expectativa de vida.
A rapamicina atua em uma proteína chamada mTOR, que controla parte das respostas do metabolismo a situações de estresse. O acúmulo de resíduos e de proteínas defeituosas nas células cresce ao longo do tempo e estimula o envelhecimento.
A substância age nessa estrutura “defeituosa”, como um disjuntor. Liga e desliga o mecanismo, embora carregue efeitos colaterais relevantes, como infecções, febre, retardo na cicatrização de feridas, citopenias,, taquicardia, hipertensão, sintomas gastrointestinais, proteinúria, distúrbios menstruais, edema, rash e acne.
No entanto, uma série de questões fundamentais permanece sem resposta quanto aos mecanismos pelos quais a rapamicina modula a fisiopatologia e a expectativa de vida relacionada à idade. Alterações na microbiota intestinal podem afetar a fisiologia, o metabolismo e a expectativa de vida do hospedeiro.
Embora estudos recentes tenham mostrado que o tratamento com rapamicina altera a microbiota intestinal em animais idosos, as relações causais entre o tratamento com rapamicina, a dinâmica da microbiota e o envelhecimento ainda são desconhecidas.
A Rapamicina foi aprovada em 1999 em diferentes países como um medicamento de prescrição para ser utilizado em altas doses diárias como um imunossupressor em medicina de transplante.
Fonte: PEBMED