sexta-feira , 29 março 2024
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Mazzaferro busca novos negócios no exterior para produtos médicos

Com 85% de market share nacional em monofilamentos de poliamida para suturas cirúrgicas, a Mazzaferro, empresa com 65 anos de atuação no ramo de nylon, está buscando crescimento no exterior e, para isso, conta também com fio de polipropileno para suturas e telas protéticas, além de dispositivos intrauterinos (DIU). Atualmente, a empresa fornece seus fios para as duas maiores empresas do segmento medical do país, a Johnson e a Medtronic/Covidien. Com capacidade produtiva de 100 milhões de metros de fios ano, a empresa está investindo no aumento das exportações. Esse potencial só é possível porque, diferentemente da concorrência, a empresa possui uma linha de extrusão de 50 metros de comprimento, enquanto as outras empresas, no máximo 10 metros.

Em 2017, a Mazzaferro vendeu 53 milhões de metros para suturas. Destes, 43% ficaram no Brasil. Outros 27% foram para a Índia, 10% para a China e, os 20% restante, foram para países dos continentes europeu, asiático, africano e americano. “Somos líder absoluto de mercado no Brasil hoje. Infelizmente, não há mais margens de crescimento por aqui. Então, estamos investindo na abertura de mercados internacionais e novas oportunidades de negócios”, afirma Fabiana Suzuki, business manager da empresa.

Hoje, a Mazzaferro atua exclusivamente no segmento de fios não absorvíveis sintéticos. Já para o ano que vem, a empresa pretende expandir o portfólio de produtos, desenvolvendo fios para sutura a partir de multifilamentos, ideais para as áreas de ortopedia e cardiologia. As diferenças entre os fios de poliamida e polipropileno são sutis. “As suturas feitas a partir de polipropileno são um pouco mais resistentes, mas tudo depende muito da preferência do médico. Cada um tende a escolher o material que prefere trabalhar”, explica.

Para ganhar cada vez mais espaço no exterior, a empresa tem investido muito na participação em feiras internacionais. A maior e mais aguardada delas é a Medical, que acontece em novembro, na Alemanha. O desafio é entender a realidade, as necessidades e preferências de cada país. “A Índia é um país que busca muita qualidade. Lá existem empresas muito grandes e bem estruturadas que, além de atender a um grande mercado interno, também são fortes exportadoras”, exemplifica Fabiana.

Além de se dedicar a conhecer em detalhes os mercados que pretende atuar, a Mazzaferro tem a inovação como sua estratégia central. O FDA, agência norte-americana que regula medicamentos, permite apenas fios nas cores preto e azul. No entanto, como as regras veterinárias são mais flexíveis, a empresa é a única a oferecer fios nas cores laranja, verde e pink. “Isso facilita o trabalho do veterinário, que pode enxergar melhor a sutura no campo cirúrgico por se tratar de um fio fluorescente”, argumenta.

Na linha de suturas humanas também há demandas por cores variadas, em função das diferentes tonalidades de pele. “Na África, por exemplo, há solicitações de suturas amarelas, para contrastar melhor com a pele negra”, destaca. Dessa forma, a empresa está acompanhando essas solicitações junto ao FDA e torcendo pela ampliação na possibilidade de cores. A Mazzaferro é uma das únicas empresas no mundo que desenvolve o fio tingido durante o processo de extrusão. “Esse detalhe garante muito mais fidelidade à cor e ganhos nas propriedades mecânicas”.

Outro grande diferencial da empresa está nos processos de qualidade. A Mazzaferro possui a ISO 13.485, que garante a qualidade de dispositivos médicos. Além disso, a área médica necessita de muitos requisitos e, um deles é o teste de biocompatibilidade. Esse teste analisa o nível de toxicidade, reatividade biológica, sensibilidade, irritação e reatividade intracutânea, entre outros. “Em média, uma bateria de testes como esses custa em torno de US$ 100 mil e é de responsabilidade dos nossos clientes, já que eles finalizam o produto. No entanto, a Mazzaferro absorve esse custo e não repassa aos clientes”, atesta.

Internalizar esse processo faz com que a empresa reduza drasticamente o tempo de homologação de seus clientes e garante uma maior otimização nos processos. Como tem todas as documentações em ordem, iniciar o fornecimento passa a ser uma tarefa muito mais simples. O mesmo acontece com as remessas de pedidos. Enquanto o tempo médio de entrega de produtos nesse segmento é de oito a dez meses no mercado, a Mazzaferro consegue fazer entregas em apenas cinco dias, no caso da poliamida. “Tudo isso é consequência de um produto de qualidade e de processos muito eficientes”.

É por todos esses motivos que a Mazzaferro quer investir ainda mais em exportações. As duas conquistas mais recentes são o Irã e a Romênia, frutos da participação intensiva nas feiras do setor. “No Irã, fomos alertados de se tratar de um mercado extremamente fechado e desconfiado em relação a possíveis ações terroristas. Mas, felizmente, como temos tudo bem organizado, tivemos um processo bem simples. Já estamos atendendo duas empresas no país”. A expectativa agora é elevar as exportações ao patamar de 70% de toda a produção.

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