Manejo das doenças é desafiador para pacientes que apresentam enfermidades causadas pelo mesmo processo inflamatório
São Paulo, julho de 2020 – Estudos recentes mostraram que asma, dermatite atópica e rinossinusite podem ser causadas pelo mesmo processo inflamatório: a inflamação tipo 21-3. Trata-se de uma resposta exagerada do sistema imunológico do paciente contra um elemento irritante ou alérgeno, como antígenos, poluição, fumaça de cigarro ou até mesmo estresse emocional1-3.
Essa causa em comum pode fazer com que pacientes com esse processo inflamatório apresentem duas ou mais dessas doenças. Até 35% das pessoas com asma grave, por exemplo, também apresentam dermatite atópica e 50% daqueles com dermatite atópica têm asma4,5. Especificamente para asma, é importante destacar que a inflamação do tipo 2 pode ser a causadora dos fenótipos alérgico, eosinofílico ou mesmo a mistura de ambos6-8.
Já cerca de 17% daqueles com rinossinusite crônica com pólipo nasal têm dermatite atópica e 13% dos com dermatite atópica também recebem o diagnóstico de rinossinusite9,10. Aproximadamente 50% dos pacientes com rinossinusite crônica com pólipo nasal têm asma grave e até 45% daqueles com asma grave também têm rinosinusite11-16.
Impacto físico e mental
Os sintomas da inflamação tipo 2 mudam de acordo com a doença que ela está desencadeando, contribuindo para as crises de asma, a coceira debilitante da dermatite atópica e a perda de olfato associada à rinossinusite crônica com pólipo nasal17-21.
A depender da gravidade e da coexistência das doenças, a inflamação do tipo 2 pode afetar tanto a saúde física quanto a mental17,19,22-24,12-16. Até 50% daqueles com asma grave relatam também sintomas de depressão24. Mais de 90% dos pacientes com rinossinusite crônica com pólipo nasal sofrem com perda da qualidade de sono9. E pesquisas revelam que adolescentes entre 14 a 17 anos perdem, em média, 26 dias escolares por conta dos sintomas da dermatite atópica25.
Tratamento
Tal cenário de doenças combinadas deixa o manejo dos pacientes acometidos pela inflamação do tipo 2 ainda mais desafiador. “É importante uma visão holística do paciente, e o conhecimento da inflamação tipo 2 abre caminho para uma análise conjunta de suas comorbidades”, explica Suely Goldflus, diretora médica de imunologia da Sanofi Genzyme.