quinta-feira , 28 março 2024
Capa » Notícias » Estimativa de novos pacientes em diálise no país foi de 40 mil em 2017

Estimativa de novos pacientes em diálise no país foi de 40 mil em 2017

Os dados são do Censo 2017 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) sobre o cenário do tratamento de diálise no país. De acordo com a pesquisa feita com informações de uma amostra de 291 unidades de Terapia Renal Substitutiva (TRS), o total atual estimado de pacientes em tratamento dialítico é de 126.583.

De acordo com a presidente da SBN, Carmen Tzanno, a cada ano entram em programa em média 35 mil pacientes novos, cerca de seis mil são transplantados, mas clínicas cadastradas para o tratamento não conseguem atender a demanda. “Infelizmente, a taxa de mortalidade é elevada e se mantém constante, nessa população devido à concomitância de complicações cardiovasculares”, explica.

Atualmente, a SBN tem cerca de 840 clínicas de diálise cadastradas, sendo 758 clínicas ativas com programa de terapia renal substitutiva crônico, contra 747 em 2016.

A fila de espera para transplante teve alta de 29.268 pacientes (2016), para os atuais 31.266. A estimativa nacional da taxa de prevalência e de incidência de insuficiência renal crônica em diálise foi de 610 pacientes por milhão da população (pmp) e 193 pmp, respectivamente.

Entretanto, observam-se importantes diferenças regionais e a taxa de prevalência ainda é menor do que a preconizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para a região de 700 pmp.

A incidência de pacientes com nefropatia diabética vem aumentando ao longo dos últimos anos. Quase um terço dos pacientes são idosos, comenta a presidente da SBN, com uma tendência a aumento de pacientes nessa faixa etária, principalmente no Sul e Sudeste.

“Temos um quadro difícil de vagas em todo o país para o tratamento do doente renal, pois mais de 80% dos pacientes dependem do SUS. O número de vagas nas clínicas vem se mantendo constante frente à demanda crescente. Somente 7% dos municípios brasileiros têm clínicas de nefrologia. Mais de 65% dos especialistas e a maioria dos serviços se concentram na região Sudeste” explica Dra. Carmen.

Nos últimos dois anos, após abertura do mercado da saúde para o capital estrangeiro cerca de 10% das clínicas privadas passaram às mãos de empresas multinacionais ou fundos de investimento. Nos Estados Unidos cerca de 80% das clínicas pertencem a estes grupos, assim como mais da metade na Europa. “Existe uma tendência de que o mesmo ocorra no Brasil, passando dos médicos especialistas para grandes conglomerados. Estas mudanças impactam o cenário da TRS no país e trarão grandes mudanças na assistência e na remuneração dos procedimentos”, afirma a presidente da SBN

Censo

Desde 2000, a Sociedade Brasileira de Nefrologia coleta anualmente dados referentes aos pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento dialítico. Com abrangência nacional, o Censo de Diálise compila informações exclusivas fornecidas pelas Unidades de Terapia Renal cadastradas, servindo de base inclusive para as instituições governamentais. A cada ano, um comitê designado realiza a revisão e o aperfeiçoamento da pesquisa, que tem sido imprescindível para direcionar o planejamento de assistência a essa parcela da população. O estudo, feito com a colaboração voluntária dos centros de diálise em todo o território nacional, é importante ferramenta para a discussão e intermediação da Sociedade com as fontes pagadoras, indústrias e o próprio governo, para delineamento da política da terapia renal no país.

“Só conseguimos conhecer mais de perto a realidade do tratamento dialítico do país, graças à colaboração dos responsáveis pelos Centros de Diálise que nos enviam os dados periodicamente. Assim temos base para pleitear o aperfeiçoamento do atendimento no país”, explica Carmen Tzanno.

Sobre admin

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Required fields are marked *

*

× Fale com os gestores