Infectologista do Hospital Japonês alerta sobre a importância da vacinação para prevenir a doença
Os casos de coqueluche vêm aumentando exponencialmente no estado de São Paulo. Segundo a Secretaria de Saúde, foram notificados 139 casos da doença entre janeiro e o início de junho, um aumento de 768,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados apenas 16 casos.
O último pico epidemiológico da doença no Brasil ocorreu em 2014, com 8.614 casos registrados. De 2019 a 2023, todos os estados brasileiros notificaram casos de coqueluche. Entre os principais, Pernambuco teve 776 notificações, São Paulo 300 casos, Minas Gerais 253, Paraná 158 e Bahia 122. Nesse período, foram registradas 12 mortes pela doença, sendo 11 em 2019 e 1 em 2020.
Segundo o infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Dr. Silvio Bertini, a coqueluche é uma infecção respiratória caracterizada pela tosse seca. “A coqueluche é uma infecção respiratória causada por uma bactéria, sendo altamente transmissível, e é caracterizada principalmente pela tosse seca, podendo atingir a traqueia e os brônquios”.
A transmissão da doença ocorre pelo contato direto com uma pessoa contaminada, afetando principalmente crianças menores de 6 meses. A coqueluche pode apresentar complicações graves e, se não tratada adequadamente, pode ser fatal. Os sintomas geralmente começam a aparecer de q, mas esse período pode variar de 4 a 21 dias.
“Os sintomas podem se manifestar em três níveis: o primeiro com sintomas de um resfriado comum, como mal-estar, tosse seca, corrimento nasal e febre baixa; no estágio intermediário, a tosse seca e outros sintomas pioram; no estágio mais severo, as crises de tosse pode comprometer a respiração, provocar vômitos e causar cansaço extremo”, explica o infectologista.
A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir exames complementares, como coleta de material de nasofaringe para cultura, PCR em tempo real, hemograma e raio-x de tórax. O tratamento é feito com antibióticos prescritos conforme orientação médica.
Imunização
A vacina é o principal meio de prevenção contra a coqueluche. A vacinação deve ser feita em crianças menores de 1 ano, com a aplicação de doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos, além da imunização de gestantes, puérperas e profissionais da área da saúde. A cobertura vacinal inclui três doses para crianças menores de 1 ano: a primeira aos 2 meses, a segunda aos 4 meses e a terceira aos 6 meses, seguidas de doses de reforço com a vacina DTPA, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, conhecida como tríplice bacteriana.
“Manter a vacinação em dia é essencial para prevenir surtos de coqueluche e proteger principalmente os grupos mais vulneráveis, como crianças pequenas e gestantes”, conclui o Dr. Silvio.