sexta-feira , 19 abril 2024
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Diferentes tipos de exames para COVID-19 ainda confundem a população

Especialista em infectologia da Unimed Laboratório, Jaime Rocha, explica quais exames disponíveis no Paraná, quais as indicações,quando e como fazê-los.

Em curva ascendente no número de casos confirmados e mortes pela COVID-19, o Paraná é um dos estados brasileiros que mais realiza testes para a detecção da doença. Recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a testagem é um dos recursos para conter a disseminação do novo coronavírus.

Porém, de acordo com o médico infectologista responsável pela Unimed Laboratório, Jaime Rocha, a corrida pelos exames têm causado confusão entre a população. “Muitos ainda não sabem quando procurar atendimento médico e nem qual exame deve ser feito. Infelizmente, as fakenews sobre o assunto acabam prejudicando muito esse processo de informação”, explica.

Existem diversos exames disponíveis no mercado para a detecção da COVID-19, mas o RT-PCR e a sorologia são os mais utilizados, pois ainda existem discussões relacionadas ao valor preditivo dos resultados e à sensibilidade dos demais métodos nos chamados testes rápidos. O RT-PCR é o exame padrão ouro da OMS e é conhecido por ser o “exame do cotonete”, uma vez que a amostra de raspado (swab) de orofaringe e/ou nasofaringe (garganta e nariz) é obtida com uma haste flexível. Este é o exame indicado para pacientes que apresentam sintomas nos primeiros dez dias, ou seja na fase aguda da doença e tem como objetivo definir a conduta clínica e isolamento do doente. Trata-se de uma análise de material genético e por isso, o resultado fica pronto, normalmente, em até cinco dias úteis após a coleta.

Vale lembrar que o RT-PCR é recomendado para pacientes sintomáticos, ou seja, para aqueles que apresentam febre, tosse, dificuldade para respirar ou perda do olfato e paladar ou contato próximo com caso suspeito ou confirmado, nos dez dias que antecedem o início dos sintomas. “Ainda que seja necessária uma testagem em massa, ainda é preciso evitar solicitações de exames para pacientes assintomáticos devido ao risco de escassez dos insumos em função da grande demanda”, enfatiza o responsável pelo laboratório.

Já a sorologia, conhecida pelas siglas IgG e IgM, detecta os anticorpos para coronavírus no sangue e é indicada para pacientes assintomáticos que já apresentaram sintomas da doença há mais de 14 dias e que, por algum motivo, não fizeram o RT-PCR. A coleta é feita por meio da punção venosa, sem necessidade de jejum, com resultado em até dois dias úteis após a coleta. “Vale lembrar que o médico solicita este tipo de exame para saber se o paciente já teve a doença. Porém, ainda não há evidência científica suficiente para garantir que as pessoas que já foram infectadas estejam imunes à COVID-19. Os exames são muito importantes, também, para o controle epidemiológico”, destaca o infectologista.

O médico esclarece que o IgM é, normalmente, o primeiro anticorpo a aparecer e um resultado positivo indica uma infecção recente. Já o IgG demora um período um pouco maior para ser detectado e evidencia se a pessoa já teve contato com o vírus e, possivelmente, já pode ser considerada recuperada. “O que existe de melhor é a pesquisa de anticorpos totais (soma IgG e IgM), pois tem maior sensibilidade e especificidade (devem ser interpretado como IgG e IgM positivos). Não há urgência na coleta ou execução destes exames, pois eles não servem e não devem ser utilizados na fase aguda para definir a presença de vírus”. E ele lembra que também é preciso considerar que há casos de falsos negativos, principalmente se realizados fora do período recomendado – antes do aparecimento do sintomas, por exemplo e pode haver falsos positivos por reações cruzadas.

Rocha também faz um alerta. “É fundamental que a pessoa com suspeita da doença passe por avaliação médica, evitando, assim, realizar exames desnecessariamente ou de forma equivocada. Existem protocolos específicos para as testagens e eles precisam ser adotados e respeitados, ou seja, o médico é quem avalia e orienta o que deve ser feito, quando e como”.

Para suprir a demanda, a Anvisa disponibilizou diferentes tipos de testes rápidos, mas é preciso, ao buscar algum deles, atentar aos critérios de segurança e eficácia. “Temos novidades surgindo todos os dias e com os testes, não é diferente. Diante disso, é essencial optar por um exame que tenha uma boa avaliação de desempenho, proporcionando mais segurança ao paciente e controle para as entidades sanitárias. Neste momento, não existem evidências sobre a real funcionalidade deles”, completa Jaime Rocha.

Conforme acordado entre as operadoras de saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os exames RT-PCR e a sorologia para detecção do coronavírus (COVID-19) foram incluídos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que constitui a cobertura mínima obrigatória para os beneficiários de planos de saúde. Cabe a cada beneficiário consultar as condições do plano contratado.

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