terça-feira , 23 abril 2024
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Crescimento da variante delta mostra a importância da testagem

População tende a banalizar sintomas gripais, mas só os testes permitem conhecer o diagnóstico de Covid-19, a incidência das variantes e fazer vigilância epidemiológica

O crescente número de casos de infecção pela variante no país mostra que é preciso aumentar a testagem de pacientes com sintomas gripais para conter a transmissão da doença. “É a ciência que contribui com dados para o enfrentamento da Covid-19. Sem testagem e sem a identificação das variantes, controlar a transmissão fica difícil”, afirmou a infectologista do Grupo Pardini, Melissa Valentini.

O monitoramento genômico realizado pela equipe de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de uma das maiores redes de laboratórios privados do país, em colaboração com o Laboratório de Biologia Integrativa do ICB/UFMG, confirma o aumento da circulação da variante Delta no país. Segundo os dados coletados entre abril e julho de 2021, em mais de 95% das amostras avaliadas em todas as capitais, a primeira amostra caracterizada como variante Delta surgiu no início de Junho no Rio de Janeiro, representando 0,32% das amostras analisada neste mês. Já em julho, esta variante representou 8,23% das amostras analisadas, tendo uma dispersão para outras capitais como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Os registros confirmam o grau de transmissibilidade da variante Delta.

O avanço dessa linhagem do vírus, que demonstra ser mais transmissível, foi notado especialmente no Rio de Janeiro (4,81%), Brasília (0,83%), em Belo Horizonte (0,41%) e em São Paulo (0,14%). Os dados consideram exames realizados pelo Grupo Pardini em todo o país, entre abril e julho de 2021. Conclui-se o predomínio da variante Gama (P1-Manaus), seguida das variantes Alfa (B.1.1.7 – Reino e Delta (B.1.617.2 – Índia). Importante dizer que, das amostras avaliadas, 1,82% representam possíveis novas variantes ainda não descritas, e, estas estão sendo submetidas ao sequenciamento de genoma completo.

As pessoas acham que, para estar com Covid, tem que perder o olfato, o paladar, ter tosse e falta de ar. Aí, quando estão apenas com coriza, dor de cabeça e tosse, por exemplo, acham que pode ser um resfriado comum ou alergia e não se testam. Por estarmos diante de uma variante bastante contagiosa, quanto mais rápida essa identificação, melhor é o bloqueio e a redução da disseminação.

O RT-PCR continua sendo o exame padrão-ouro para diagnóstico da doença e pode ser realizado a partir do primeiro dia de sintomas. Já o teste de genotipagem para identificação das variantes pode ser realizado em amostras positivas no RT-PCR, para identificar mutações específicas das variantes. É a partir dele que as autoridades sanitárias conseguem fazer a vigilância genômica, no sentido de detectar novos casos da Delta o mais precocemente possível, e tomar as medidas necessárias para conter a doença que cabem ao poder público.

O teste de genotipagem do vírus causador da Covid-19 é capaz de identificar as variantes já descritas. O exame é realizado pela metodologia de RT-PCR em amostras de swab de nasofaringe e está disponível no menu da rede de laboratórios, em todos os estados do Brasil. O grande diferencial do teste desenvolvido pelo Pardini é que ele identifica as cepas de maior relevância clínica de maneira acessível e podendo ser feito em larga escala, se necessário.

O sistema de vigilância epidemiológica, baseado na densidade populacional de cada capital, a fim de identificar a ocorrência das principais variantes presentes no Brasil desde abril de 2021, com cobertura nacional e capacidade de detecção de novas variantes com frequência de até 5% na população.

Até o momento, o estudo analisou 3.951 amostras distribuídas pelas capitais: Belo Horizonte (987), Rio de Janeiro (727), São Paulo (627), Porto Alegre (309), Fortaleza (246), Goiânia (206), Campo Grande (195), Belém (190), Aracaju (161), Brasília (121), Palmas (113), Salvador (69). O sistema de vigilância epidemiológica, baseado na densidade populacional de cada capital, a fim de identificar a ocorrência das principais variantes presentes no Brasil desde abril de 2021, com cobertura nacional e capacidade de detecção de novas variantes com frequência de até 5% na população.

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