quinta-feira , 18 abril 2024
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Butantan comemora 20 anos de parceria com farmacêutica francesa para combate à gripe no Brasil

Mais de 735 milhões de vacina contra Influenza já foram fornecidas para campanhas de imunização no Brasil, desde o início da transferência de tecnologia da Sanofi Pasteur.

 O Instituto Butantan, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e a farmacêutica Sanofi Pasteur, celebraram na última terça-feira (1º), os 20 anos da assinatura do acordo de transferência de tecnologia para a produção da vacina contra a gripe no país.

O acordo entre o Butantan e a Sanofi Pasteur deu origem à campanha nacional de vacinação contra a gripe no Brasil. Por meio dessa parceria, 735 milhões de doses da vacina trivalente contra o vírus Influenza já foram fornecidas para as campanhas nacionais.

“Essa parceria permitiu que o Butantan se preparasse ao longo destes anos no sentido de ampliar o fornecimento da vacina da gripe. No ano passado, fizemos uma reforma na fábrica aumentando sua capacidade instalada de produção para 140 milhões de doses ao ano e, em breve, devemos estar qualificados pela OMS para exportação da vacina. Portanto, além de promover saúde para a população brasileira, vamos poder colaborar com outros países, cumprindo a nossa missão que é de estar a serviço da vida”, destaca o diretor do Butantan, Dimas Tadeu Covas.

“Essas duas décadas são marcadas pelo fortalecimento de políticas públicas de saúde, com o aprimoramento de campanhas de vacinação e da produção de imunizantes. Parabenizamos estas duas instituições por atuar em prol da população”, complementa o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.

Na ocasião, também foi inaugurada a exposição “20 Anos de Parceria Contra a Gripe”, que ficará aberta ao público até 15 de dezembro, no Centro de Difusão Científica (CDC) do Instituto (confira mais informações abaixo). A mostra relata os impactos da parceria na saúde pública e demonstra o processo de fabricação da vacina. Em um vídeo produzido especialmente para a exposição, participantes da transferência contam detalhes desta história.

“Nos orgulhamos desse grande legado de ter colaborado com desenvolvimento fabril do Instituto, entregando inovação com a transferência da tecnologia de produção de vacina trivalente contra gripe. Transferência essa que permite que o Butantan atenda atualmente a campanha do Ministério da Saúde e proteja a população brasileira todos os anos”, afirma a diretora geral da Sanofi Pasteur no Brasil, Ana Garcia-Cebrian.

Contribuição para saúde pública

Atualmente, o imunizante disponibilizado à população é trivalente, ou seja, protege contra três tipos de vírus da gripe – dois do tipo A (H1N1/H3N2) e um do tipo B.

Em 2012, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu ao Butantan o certificado de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e, a partir de 2013, o Butantan passou a fornecer um número progressivamente maior de vacinas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Desde a primeira campanha de vacinação, em 1999, o número de doses fornecidas anualmente quadriplicou. Em 2019, das 65 milhões de doses de vacinas fornecidas, 60 milhões foram fabricadas no Instituto.

Ampliação do público-alvo nas campanhas

No ano 2000, a vacina foi introduzida no Programa Nacional de Imunizações (PNI) apenas para idosos com mais de 60 anos e grupos de risco. Desde então, com a ampliação da capacidade de fornecimento, o Ministério da Saúde vem aumentando progressivamente o volume de demanda da vacina e ampliando o seu público-alvo, que hoje já inclui 11 grupos.

A parceria Butantan-Sanofi Pasteur teve papel fundamental também em julho de 2009, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia por influenza A/H1N1 e o Brasil registrou mais de 50 mil pessoas infectadas pelo vírus, com duas mil mortes, segundo o Ministério da Saúde. No ano seguinte, houve um crescimento da cobertura vacinal e a farmacêutica francesa auxiliou o plano do Governo Federal para a contenção da pandemia com o fornecimento de vacinas monovalentes contra H1N1.

Simultaneamente, foi intensificado o trabalho de vigilância epidemiológica. O monitoramento de casos contribuiu para destacar a importância vacina como prevenção da doença e a identificação dos grupos afetados com mais gravidade pelos vírus da Influenza.

Por esse motivo, em 2011, além dos idosos, outros grupos de maior risco foram incluídos no calendário. Hoje, doses são fornecidas anualmente também aos trabalhadores da área da saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas, crianças, professores, pessoas com doenças crônicas ou imunidade baixa, pessoas privadas de liberdade, funcionários do sistema prisional e profissionais das forças de segurança e salvamento.

Segundo dados da Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, obtidos pelo Butantan, no período entre 2013 e 2018, 4,2 mil pessoas morreram em consequência das formas mais graves da gripe, sendo que 83% delas não havia se vacinado, ou seja, a letalidade das complicações da doença é cinco vezes maior em não vacinados, o que só comprova a proteção e a importância da imunização.

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