sexta-feira , 29 março 2024
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Anfarmag tira as principais dúvidas sobre a hora certa de tomar medicamentos

“Todo medicamento tem hora certa para ser tomado?”; “Se eu esqueci de tomar o medicamento na hora certa. Posso tomar assim que lembrar?”, “Existe uma maneira de facilitar a vida de quem toma muitos medicamentos em um só dia?”, “Como escolher a hora de tomá-los?”, “Se eu esqueci de tomar o medicamento na hora certa, posso tomar assim que lembrar?”. Para solucionar essas e outras dúvidas sobre o horário do medicamento, Vagner Miguel, farmacêutico da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (ANFARMAG), responde um bate-bola sobre o assunto.

Todo medicamento tem hora certa para ser tomado?

R: A maioria não, mas alguns medicamentos têm hora indicada pelo médico. É também importante saber que, em geral, os medicamentos têm um tempo correto de intervalo entre as doses que precisa ser obedecido.

Existem riscos ao não tomar medicamentos na hora certa?

R: O simples fato de tomar o medicamento na hora devida pode influenciar na intensidade de sua eficácia ou reduzir seus efeitos. E é aí que mora o problema, pois os efeitos colaterais podem ficar mais propensos a ocorrer quando a orientação do médico ou do farmacêutico não é seguida. Dependendo do metabolismo de cada pessoa, a cronofarmacologia (ciência que estuda a hora adequada para consumir medicamentos) identifica efeitos negativos que podem ocorrer no corpo. Alguns são comuns, outros podem ser menos perigosos e outros muito graves.

A eficácia do tratamento pode ser reduzida caso não se tome o medicamento na hora certa?

R: O risco mais comum é o efeito positivo ser reduzido. Dependendo do caso, pode acontecer de o organismo não absorver tão bem as substâncias presentes no medicamento que são necessárias para resolver algum problema de saúde. Embora não seja em todo tratamento que exista um horário específico para ingerir um medicamento, é importante consumi-lo nas horas indicadas pelo médico.

Antibiótico tem horário certo para ser tomado?

R: Depende do horário indicado pelo médico. Cada medicamento pede um horário específico. Alguns antibióticos podem ter a absorção diminuída se ingeridos junto com os alimentos. Já outros devem ser tomados em jejum, mas é preciso seguir essa regra quando o médico orientar. Há antibióticos que devem ser ingeridos após refeições para evitar que causem dor de estômago como efeito colateral. O mais importante no caso de antibióticos é garantir a regularidade no intervalo de tempo, seguindo à risca as horas de intervalo indicadas pelo médico.

 Alguns alimentos interferem na eficácia do medicamento?

R: Certos alimentos ou outras substâncias causam conflitos com medicamentos ingeridos em horários próximos, como é o caso de fármacos à base de ferro. O médico e o farmacêutico sempre orientam a respeito e é recomendado que o paciente faça perguntas e não volte para casa com dúvidas.

Se eu esqueci de tomar o medicamento na hora certa. Posso tomar assim que lembrar?

R: Depende. Em caso de esquecimento ou no caso de não tomar o antibiótico no horário certo, o ideal é ingerir imediatamente, assim que lembrar. Após ser digerido, o antibiótico fica concentrado na corrente sanguínea e vai combatendo, aos poucos, as bactérias. Quanto mais se demora a tomar a próxima dose, mais baixa fica a concentração da substância no sangue, já que o fígado vai eliminando seu excesso. Com isso, corre-se o risco de a bactéria ficar mais resistente. Se a indicação for tomar antibiótico de oito em oito horas e o paciente se lembrou com atraso, deve-se fazer uso do medicamento assim que a falha for notada e contar oito horas novamente a partir desse último horário. No caso de outras medicações, nem sempre se pode aguardar o horário da próxima dose. É importante perguntar para o farmacêutico de sua confiança.

O corpo precisa se adaptar ao horário do medicamento?

R: O hábito de tomar medicamentos na hora adequada provoca uma educação metabólica no organismo. O corpo precisa se adaptar para produzir os efeitos esperados com a ingestão do medicamento. Se a pessoa toma o medicamento em horário desregrado, as chances de o fármaco surtir efeito perfeitamente são menores, pois o relógio biológico não segue uma rotina apropriada.

Tomo muitos medicamentos, como escolher a hora de tomá-los?

R: O ideal é que a medicação não interfira no sono. Para fármacos que devem ser ingeridos a cada 12 horas, uma boa sugestão é tomar ao acordar o primeiro comprimido e o outro doze horas depois. Se você também tem medicamentos que precisam ser tomados de 8 em 8 horas, é possível organizar alguns horários que não interferem no sono. Por exemplo: tomar o medicamento às 6h, 14h e 22h. Para os medicamentos que devem ser tomados de 6h em 6h, a melhor opção é: 6h, 12h, 18h e meia noite. Já os medicamentos que são tomados de 4h em 4h vão exigir que o paciente acorde ao menos uma vez de madrugada para tomá-los. Para não causar tanto incômodo em relação ao sono, sugere-se optar por estes horários: 6h, 10h, 14h, 18h, 22h e 2h. Se for preciso integrar com outros medicamentos, é fundamental verificar na bula se o de intervalo de 6 horas não tem componentes que inibem o funcionamento do que é tomado de 4 em 4 horas. Caso isso não aconteça, tome o primeiro comprimido dos dois às 6h e siga o mesmo cronograma já citado. Para os medicamentos que são tomados uma vez ao dia, deve-se verificar um horário que não conflite com outras substâncias que serão ingeridas ao longo das horas. Vale verificar com o médico e o farmacêutico se é possível tomar em conjunto com outros medicamentos. É comum ficar com dúvida sobre essa combinação. Por isso, é recomendado perguntar ao médico durante a consulta como usar o medicamento e, na farmácia, mais uma vez, conversar com o farmacêutico, garantindo que não reste nenhuma dúvida. De forma geral, para quem precisa tomar vários medicamentos que têm intervalos diferentes, a melhor dica é marcá-los com cores diferentes na embalagem, com indicação de horário. O paciente não deve ter vergonha de pedir ajuda e pode pedir ao médico ou ao farmacêutico que o ajudem a fazer essa marcação.

Existe uma maneira de facilitar a vida de quem toma muitos medicamentos em um só dia?

R: Sim, muitas vezes é possível simplificar. Idosos, pessoas com doenças crônicas e outros pacientes podem precisar de três, cinco, oito ou até mais medicamentos em um só dia. Nesses casos, é muito grande o risco de confundir a dose, o horário e o modo correto de ingestão, além dos esquecimentos. É válido conversar com o médico para verificar o que pode ser feito para melhorar a rotina. Uma opção bastante interessante é a combinação de uma ou mais substâncias em uma só fórmula, reduzindo o número de tomadas ao longo do dia. Isso pode ser feito nas farmácias de manipulação, que personalizam a medicação de cada paciente. A decisão de combinar ou não diferentes substâncias, no entanto, só pode ser tomada pelo profissional da saúde, que irá avaliar, além das condições clínicas do paciente, um conjunto de diversos fatores, como horário em que o fármaco deve ser ingerido, riscos de interação, riscos de efeitos colaterais e aspectos farmacotécnicos.

Sobre o profissional: Vagner Miguel é Gerente Técnico e de Assuntos Regulatórios da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), farmacêutico, palestrante e docente. Formado pela Unesp como farmacêutico em 1985, o profissional pós graduou-se em Gestão pela Trevisan e em Engenharia Farmacêutica Cosmética pelo Instituto Racine.

Sobre a Anfarmag: Organização sem fins lucrativos a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais representa o setor magistral, voltado para a preparação (manipulação) de medicamentos e produtos para a saúde nas farmácias de manipulação de forma personalizada, atendendo às necessidades específicas de cada paciente. O trabalho da associação é voltado para a defesa, promoção e desenvolvimento do setor magistral. Atualmente a Anfarmag conta com 14 escritórios regionais e é composta por 5.000 associados, entre empresas e profissionais que atuam no segmento, distribuídos em todo o território nacional. Informações: www.anfarmag.org.br.

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