quinta-feira , 28 março 2024
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Abradilan e Neo Química se reúnem em Palestra Virtual para atualização de dados sobre a Covid-19

Apresentação deixou claro que quarentena não serve para evitar que as pessoas se contaminem, serve para evitar que as pessoas se contaminem todas as mesmo tempo. Os setores de saúde e alimentos são os dois que não podem parar, todo o resto pode esperar.

Abril de 2020 – A Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) promoveu, na última semana, uma Palestra Virtual em parceria com a Neo Química, para atualizar seus associados e o mercado de uma forma geral, com os dados mais fidedignos e confiáveis possível, sobre a transmissão da Covid-19 no Brasil e no mundo.

Há uma quantidade enorme de informações, dados inverídicos e falta de credibilidade nas previsões. O objetivo foi de que todos pudessem entender a realidade do momento e apresentar dúvidas, que foram esclarecidas com maestria pelo gerente médico da Neo Química, o infectologista, Dr. Marcelo Neubauer.

Segundo informou o especialista, Covid-19 é um assunto extremamente dinâmico porque as informações mudam muito rápido, pode ser que de um minuto para o outro já não seja mais o que se está discutindo agora.

Ele revelou que a o tema ganha cada vez mais relevância entre as buscas feitas no Google. “A pandemia do coronavírus está entre os nove assuntos mais pesquisados, com 11 bilhões de páginas, que começaram a ser produzidas em janeiro deste ano. A velocidade das informações é assustadora, o que dá margens para a produção das ‘Fake News’ na mesma velocidade.”

O Dr. Neubauer esclareceu que o nome do vírus é SARS-CoV-2, pertencente à família do coronavírus. Covid-19 é o nome da doença. “Noventa de seis por cento da identidade genética do coronavírus vem de morcegos que circulam na China. Os morcegos são a família de mamíferos com maior número de espécies na natureza. Mas o vírus não chegou diretamente pelo morcego, mas pelo pangolim, muito usado em receitas e medicamentos de tradição chinesa e que, provavelmente, foi infectado pelos morcegos.”

Ao todo, no início da pandemia, os números registrados eram de cerca de 623 mil casos no mundo, aproximadamente 30 mil mortes e 136 mil casos recuperados. Enquanto que no Brasil, os dados registrados eram de 2.500 casos, 93 mortes e seis recuperados.

Após dez dias, os casos confirmados no mundo triplicou e no Brasil, quadruplicou. “Estados Unidos continua tendo o maior número de casos e letalidade, a Espanha passou a Itália. Na sequência estão Alemanha, França, China e Irã. Por enquanto, a pandemia só está controlada na China. No Brasil a evolução é lenta e de curso clínico prolongado, são 14.000 casos ativos. O perigo está na evolução justamente desses casos ativos, o que provocaria um colapso no sistema de saúde.”

Perspectiva da transmissão

  • 30% da população será assintomática (quando o vírus evolui sem sintomas – em uma semana podem adquirir imunidade, não têm risco de reinfecção, mas podem transmitir o vírus por 14 dias).
  • 55% da população terá sintomas leves a moderados – sequer vão perceber que tiveram o coronavírus (a partir do quinto dia de contágio podem transmitir por até 21 dias).
  • 10% da população terá sintomas graves (começarão sem sintomas, evoluirão progressivamente, necessitarão de hospitalização com terapia intensiva, poderão ter uma resolução do caso até três semanas, adquirindo imunidade), sendo que 15% apresentarão óbito.
  • 5% da população terão casos críticos (são os mais graves, que necessitarão que terapia intensiva e ventilação, 50% evolui para cura, 50% evolui para óbito).

“É por conta grupo de acometidos críticos que é preciso manter a quarentena. Quarentena não serve para evitar que as pessoas se contaminem, serve para evitar que as pessoas se contaminem todas as mesmo tempo. Os setores de saúde e alimentos são os dois que não podem parar, todo o resto pode esperar.”

Sintomas a serem identificados

  • Incubação do vírus: de 4 a 5 dias.
  • Febre: pode acontecer entre 34% a 89% das pessoas, prolongada ou intermitente, raramente muito alta.
  • Tosse: pode acontecer entre 46% a 82% dos casos.
  • Dor ou fadiga muscular: de 11% a 52% dos casos.
  • Falta de ar: de 3% a 31% dos caos no início da doença.
  • Sintomas menos frequentes: dor de garganta, dor de cabeça, tosse com produção escarro ou sangue, dores gastrointestinais, diarreia, náusea. Antes da febre: perda de apetite, olfato e paladar.

Grupos de risco

  • 87% dos casos: de 30 a 79 anos de idade.
  • Até 10% dos casos: acima de 80 anos de idade.
  • 81% dos casos: moderados.
  • 14% dos casos: graves.
  • 5% dos casos: críticos.

Observação: pacientes com mais de 60 anos de idade, portadores de hipertensão, diabetes (com uso de insulina), doenças coronarianas, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), doenças renais crônicas, se acometidos pelo coronavírus, passam a fazer parte, automaticamente, dos casos graves.

Saiba mais

O vírus compromete o pulmão de forma significativa, muitas vezes o acometido tem poucos sintomas, mas comprometimento importante do quadro radiológico.

As pessoas só devem procurar um hospital em casos de falta de ar (pouco tolerada), queda importante do estado geral, tosse intratável, independentemente de apresentar febre ou não. “Febre isolada pode ser tratada em casa”, afirmou o Dr. Neubauer.

No que diz respeito ao uso da hidroxicloroquina, o médio ressaltou que ainda não existe estudo robusto que diga que ela deve ser usada. “Os efeitos colaterais são graves, principalmente para os pacientes internados em Unidades de Terapia Intensivas (UTIs). Eu não usaria.”

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