terça-feira , 23 abril 2024
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90% do câncer de mama podem ser curados com diagnóstico precoce

Sociedade Brasileira de Cancerologia alerta que 90% dos cânceres de mama podem ser curados desde que detectados precocemente.

O diagnóstico precoce é a grande arma contra o câncer. 90% dos cânceres – inclusive o de mama – podem ser curados quando detectados em estágios iniciais. O alerta é da SBC – Sociedade Brasileira de Cancerologia, que recomenda exames periódicos, como uma simples mamografia, para detecção precoce do câncer de mama.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a incidência do câncer vai crescer e poderá se tornar a principal causa de morte no mundo até 2030. No Brasil, além do cenário também se confirmar, ainda há o desafio de uma população envelhecida, aliada a sistemas de saúde – tanto público, quanto privados – enfraquecidos financeiramente, o que, por vezes, inviabiliza tratamentos avançados, como é o caso da imunoterapia no câncer.

O diagnóstico precoce pode salvar muitas vidas. “Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de mama tem 90% de chance de cura, além de permitir tratamentos menos invasivos e agressivos e maior possibilidade de preservação da mama”, avalia  Ricardo Antunes, cirurgião oncológico e presidente da SBC – Sociedade Brasileira de Cancerologia.

No Brasil, segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 60 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados em 2019. Trata-se do tumor mais incidente entre mulheres depois do câncer de pele não-melanoma. Mundialmente os dados também são alarmantes: o câncer de mama afeta 2,1 milhões de pessoas por ano e é o quinto que mais mata, de acordo com o Globocan 2018, um estudo da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer.

Em 2016 (último dado oficial), foram registrados 16.069 óbitos no Brasil por câncer de mama em mulheres. A taxa de mortalidade foi de 15,4 óbitos por 100 mil mulheres.

Atividade física para prevenção do câncer de mama

Dados do Ministério da Saúde, revelam que uma em cada dez mortes em decorrência de câncer de mama no Brasil poderia ter sido evitada com a prática de atividade física regular. De acordo com a pasta, os números mostram que, em 2015, 2.075 mortes poderiam ter sido evitadas se as pacientes realizassem pelo menos uma caminhada de 30 minutos ao dia cinco vezes por semana.

Segundo o presidente, a prática de atividade física regular, além de reduzir a gordura corporal, promove o equilíbrio dos níveis de hormônios circulantes, como a insulina e os hormônios sexuais, reduz a inflamação e fortalece as defesas do corpo, diminuindo o risco de câncer de mama. “ Temos que priorizar campanhas que alertem a população para a prevenção primária do câncer com a adoção de hábitos saudáveis de vida, que incluem atividade física regular, alimentação de qualidade e se evitar o fumo e o álcool”, revela.

Antunes explica que a amamentação também protege a mulher do câncer de mama. “Somente 10% dos casos de câncer de mama são atribuídos a fatores hereditários como as mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2, que são responsáveis pela síndrome de cânceres de mama e ovário hereditários. Portanto, grande parte do câncer de mama pode ser evitado”, alerta.

Acesso difícil no SUS

A SBC- Sociedade Brasileira de Cancerologia luta pela fila zero no atendimento ao câncer de mama pelo SUS em todo país. “As campanhas do Outubro rosa alertam para o diagnóstico precoce como forma de salvar vidas. Mas, alertadas, quando as mulheres chegam ao SUS, a fila proibitiva de cerca de 11 meses para realizar o diagnóstico, acabam por derrubar todo o trabalho das campanhas de prevenção”, alerta Ricardo Antunes, presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

Segundo Antunes, existe um gargalo no diagnóstico e também no tratamento do câncer no país. “Temos casos de pacientes que estão na fila há 11 meses para uma biópsia e outras que levaram 120 dias para o início do tratamento após o diagnóstico, descumprindo a Lei 7232, que prevê 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento. Esse tempo de espera pode significar a diferença entre a vida e a morte”, alerta o presidente da SBC.

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