quinta-feira , 25 abril 2024
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50% dos usuários de medicamentos o fazem de forma incorreta

O Brasil ocupa o quinto lugar em consumo de medicamentos e segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% dos usuários de medicamentos o fazem de forma incorreta e, mais preocupante ainda são os dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que alerta sobre o uso indiscriminado de medicamentos que são facilitados pelo acesso de uma parte da população “ao comércio” e levam a população a um processo de risco à saúde e até a morte.

O farmacêutico e homeopata Jamar Tejada da capital paulista revela os principais erros na hora de ingerir medicamentos e dá as dicas de como seguir um guia seguro na hora de ingerir alguma medicação.

Pode cortar compridos ao meio?

Jamais. “Não se pode cortar o remédio ao meio ou abra as cápsulas. Triturar, partir, quebrar e até mastigar comprimidos são ações que podem atrapalhar o tratamento e ainda haver perda de uma parcela das substâncias contidas no medicamento e prejudicar a absorção pelo organismo”, alerta.

Destacar remédios da cartela

As cápsulas, comprimidos e as versões liquidas de medicamentos são desenvolvidas e elaboradas pela indústria farmacêutica especificamente em frascos e embalagens que seguem um sistema de controle de umidade e de conservação. “Caso haja necessidade de retirar as cartelas ou da caixa de papelão que envolve a medicação, os remédios precisam necessariamente permanecerem em condições adequadas de temperatura, umidade e exposição à luz indicadas nas instruções da embalagem”, diz Jamar.

Onde guardar?

Todo medicamento precisa ser armazenado em locais frescos e arejados para evitar problemas de umidade. Isso significa que eles não devem ser armazenados no banheiro, já que a água do chuveiro é capaz de promover condensações. Vale ainda evitar coloca-los nas proximidades quentes como fornos e micro-ondas.

Ingerir em jejum ou após refeições?

Alguns medicamentos podem ser ingeridos de estômago vazio, enquanto para outros é recomendável estar alimentado. O médico ou farmacêutico podem fazer essa orientação mais precisa.

Tomar com auxílio de água?

Estudos demonstram que a água é a melhor escolha para tomar o medicamento. “O recomendado é que comprimidos, drágeas ou cápsulas sejam ingeridos, com pelo menos 200mL de água – nem mais e nem menos, já que tomá-lo a seco também pode trazer malefícios. “Existe o risco da medicação ficar parcialmente retida no esôfago, podendo haver irritação na mucosa em que o comprimido se prendeu. Além disso, um pouco da dose da medicação é perdida, já que passa a ser absorvida enquanto está retida”, explica o farmacêutico.

Jamar ainda fala que muitos medicamentos têm seu efeito prejudicado quando ingeridos com qualquer outro líquido diferente da agua. O leite, por exemplo, é um potencial vilão quando se trata da absorção dos medicamentos, já que por ser um alimento complexo, de digestão lenta, o que torna também lenta a absorção do medicamento. Da mesma forma, não se deve tomar medicamentos com sucos, café, chás ou refrigerantes – muito menos com bebida alcoólica que diminui a eficácia da ação medicamentosa.

Como tomar os remédios em gotas?

As medicações em gotas também são melhor absorvidas quando diluídas em água, em vez de pingadas direto na língua devem ser administradas em uma colher para que não haja problemas no risco da diluição e, consequentemente, perda da eficácia terapêutica.

Versões liquidas agem mais rápido?

O primeiro ponto a ser ressaltado é que não existe o melhor medicamento, mas, sim, o mais apropriado para cada faixa etária e perfil de paciente. No caso de crianças e idosos, por exemplo, é muito mais fácil administrar medicamentos líquidos, já que elas apresentam mais dificuldade ou mesmo não conseguem engolir os comprimidos.

“Já o tempo de ação do líquido se comparado à pílulas, por exemplo, é verdade que o medicamento líquido age mais rápido já que o comprimido precisa ser dissolvido pelo nosso organismo para iniciar seu efeito terapêutico, enquanto o líquido não precisa passar por este processo”, explica o farmacêutico.

Se perder o horário, pode tomar quando lembrar?

Depende. No caso dos antibióticos, o mais recomendado é tomá-lo assim que se lembrar, ajustando-se o tratamento a partir desta última dose.

Já os medicamentos anti-inflamatórios ou analgésicos são geralmente empregados apenas para controle dos sintomas das doenças, quando são esquecidos, apenas diminuem a efetividade sobre os sintomas nas próximas horas.

Para os medicamentos de uso contínuo a recomendação varia conforme a medicação e a recomendação médica.

Mas, cuidado: “Se a pessoa se esquecer de tomar um remédio e tomar duas doses quando se lembrar, pode aumentar os riscos de efeitos colaterais”, comenta. “Mas se o tempo entre uma dose e outra for maior que o recomendado, o efeito do medicamento naquele período passa​ a ser menor”, revela.

Alguns medicamentos podem causar dependência?

Os efeitos colaterais ou reações alérgicas que um medicamento pode trazer são diferentes em cada pessoa, já que a ação do remédio depende do que ele vai encontrar naquele organismo.

“Essa variação provoca uma reação que ao ingerirmos determinada substância o nosso metabolismo interrompe a produção da mesma, já que a quantidade existente no corpo é suficiente. Com o tempo, caso a substância continue sendo ingerida, o corpo para de produzi-la, e caso ela deixe de ser introduzida no sistema metabólico, o corpo não voltará imediatamente a produzi-la. É nesse intervalo de tempo que acontecem as crises de abstinência e, consequentemente, a dependência de uma medicação”, finaliza Jamar.

Sobre Jamar Tejada

Farmacêutico graduado pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica pela Universidade Luterana do Brasil, RS (ULBRA), Pós-Graduação em Gestão em Comunicação Estratégica Organizacional e Relações Públicas pela USP (Universidade de São Paulo), Pós-Graduação em Medicina Esportiva pela (FAPES), Pós-Graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM, Pós-Graduação em Formação para Dirigentes Industriais com Ênfase em Qualidade Total – Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-(UFRGS) e Pós-Graduação em Ciências Homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde. Proprietário e Farmacêutico Responsável da ANJO DA GUARDA Farmácia de manipulação e homeopatia desde agosto 2008. http://www.tejardiando.com.br

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