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Fapesp: 7 farmacêuticas entre as 10 empresas com mais parcerias com universidades

Estudo inédito da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) apurou que sete indústrias farmacêuticas estão entre as 10 empresas com mais artigos científicos publicados em parceria com as universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp).

Fazem parte do ranking dos 10 primeiros os seguintes laboratórios: Novartis, Roche, Merck, AstraZeneca, Pfizer, GSK e Agilent. A seleção das 40 maiores parceiras lista 20 indústrias farmacêuticas.

“Estamos falando de parceria científica de verdade”, diz o diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, autor do levantamento. “São estudos feitos de maneira conjunta. Não se trata de a empresa colocar dinheiro para a universidade pintar a parede de um laboratório.”

O estudo faz parte do livro “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais”. Clique aqui para ver e baixar o livro.

A Folha de S.Paulo de sexta-feira (10) publicou reportagem sobre o levantamento da Fapesp. Leia abaixo:

Estudo analisa parcerias das universidades de SP

Jornalista: Sabine Righetti

Na lista das dez empresas com mais artigos científicos publicados com as universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp), oito são estrangeiras.

As exceções são a Petrobras, que lidera a quantidade de pesquisas em parceria com essas universidades, e a Embraer, que fica em 10° lugar.

O levantamento inédito é do diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz. Foi apresentado nesta quarta (8), no lançamento do livro “Repensar a Universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais” (Fapesp, 256 págs., R$ 50).

Brito Cruz analisou a quantidade de estudos científicos publicados pelas três universidades em coautoria com empresas, de 2011 a 2017, na base de periódicos acadêmicos Web of Science.

“Estamos falando de parceria científica de verdade”, disse. “São estudos feitos de maneira conjunta. Não se trata de a empresa colocar dinheiro para a universidade pintar a parede de um laboratório.”

Entre as empresas de fora com mais trabalhos no período analisado estão a Novartis (com 118 estudos), a Roche (73) e a Merck (59).

O ranking traz cenários interessantes. Por exemplo, uma pequena empresa nacional de Ribeirão Preto (interior de SP), a Apis Flora, figura em 23° lugar com 26 estudos feitos com universidades.

Eles trabalham com produtos para saúde derivados de mel e de própolis — e têm mais estudos acadêmicos analisados do que companhias gigantes como a Sanofi (26° lugar, com 22 estudos) e a Microsoft (37° lugar, com 12 estudos).

A Apis Flora, como destacou Brito Cruz, já teve investimento da própria Fapesp para fazer pesquisa. A empresa ganhou, por exemplo, em 2008, um aporte de recursos por meio do programa Pipe (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) para o desenvolvimento de biocurativos a partir de extrato de própolis para tratar queimaduras.

Os dados mostram ainda que a quantidade de estudos feitos com empresas no total de publicações dessas instituições vem aumentando em ritmo frenético e se compara a de países desenvolvidos.

Na USP e na Unicamp, por exemplo, quase 3% de todos os estudos científicos publicados entre 2015 e 2017 tiveram parceria com alguma empresa. A taxa é um pouco maior do que a da Universidade da Califórnia em Davis, que fica no meio do Vale do Silício (EUA).

“Isso serve para desmontar um discurso recorrente de que universidades públicas não fazem pesquisa com indústria”, afirma Brito Cruz.

O livro que traz o estudo de Brito Cruz reúne trabalhos de 18 especialistas em ensino superior e avaliações de desempenho das universidades.

A obra é coordenada por Jacques Marcovitch, professor e ex-reitor da USP, e faz parte de uma proposta da própria Fapesp de analisar formas de mensurar desempenho acadêmico e de refletir sobre as universidades paulistas.

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