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Biolab entra no ramo de genéricos e projeta vendas de R$ 150 milhões

Uma das maiores farmacêuticas de capital nacional, a Biolab acaba de chegar a um novo mercado, o de medicamentos genéricos, com previsão de faturamento de mais de R$ 150 milhões já em 2019.

A entrada nesse segmento decorre da compra da Actavis Brasil, que pertencia à israelense Teva, maior fabricante de genéricos do mundo, concluída na última semana.

O valor do negócio não foi divulgado, mas o Valor apurou que, na indústria, cogita-se que a Biolab teria pago algo entre R$ 40 milhões e R$ 60 milhões pela operação, que compreende uma fábrica no Rio de Janeiro e portfólio com 30 produtos. O faturamento da Actavis no ano passado é estimado em torno de R$ 50 milhões.

Enfrentando uma grave crise financeira, desencadeada após a compra da divisão de genéricos da Allergan por cerca de US$ 40 bilhões, a Teva colocou ativos à venda e cortou milhares de empregos. A fábrica brasileira não estava contemplada no plano de desinvestimentos, mas interessou à Biolab por causa do portfólio de genéricos e, sobretudo, de medicamentos de marca já registrados que não eram comercializados no mercado brasileiro.

De acordo com o presidente e um dos controladores da Biolab, Cleiton de Castro Marques, são produtos de alta barreira regulatória, sem patente e com no máximo um concorrente, que serão oferecidos no mercado público e nas redes de farmácia. Por razões estratégicas, essas moléculas ainda não são reveladas.  As conversas começaram em janeiro e, em abril, as empresas já haviam chegado a um acordo formal. Condições precedentes foram cumpridas e, ontem, a Biolab assumiu a operação da Actavis.

No mercado de genéricos, a estratégia não será concorrer diretamente com as grandes desse segmento, como EMS, Hypera e Medley (da francesa Sanofi). Até o ano que vem, o portfólio deve ser formado por 60 produtos, que juntos poderão responder por 15% do faturamento da Biolab.  “O genérico é uma realidade do mercado brasileiro, então temos de trabalhar nisso também. Vamos diluir custo de produção”, afirma.

Marques, ao ser questionado sobre os fatores que levaram a Biolab, farmacêutica tradicionalmente de preços mais altos e produtos premium, a um segmento marcado por forte competição e descontos elevados.

O grande atrativo está na outra parcela de produtos da Actavis, que permitirão à Biolab uma outra estreia, na área de sistema nervoso central (SNC), que já estava no radar da brasileira. “Vamos jogar em genéricos, mas sem abrir mão do DNA da Biolab que é a inovação”, reitera o empresário. Em linha a essa estratégia e em busca da internacionalização dos negócios, a farmacêutica brasileira montou em Ontário, no Canadá, um moderno centro de pesquisa e desenvolvimento, e, agora, avalia oportunidades de aquisição de fábricas naquele país.

No ano passado, a Biolab teve vendas líquidas (com impostos) de R$ 1,3 bilhão e, antes da greve dos caminhoneiros, projetava expansão de 12% em 2018. Neste momento, um avanço de 10% parece mais factível, observa Marques. “Maio atrapalhou um pouco”, comenta.

Fonte: Valor

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