quarta-feira , 24 abril 2024
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Software possibilita diminuição de perdas de medicamentos em armazéns

O software logístico CLIF retira gargalos da distribuição de forma automatizada e pode diminuir perdas com armazenamento para 1%

A distribuição de remédios sempre foi de extrema importância e grande dificuldade, ainda mais em um país com dimensões continentais como o Brasil. A pandemia da COVID-19 tornou isso mais claro do que nunca, uma vez que uma resposta rápida é imprescindível no combate à doença e seus sintomas. Os cuidados com a logística – armazenamento, separação e distribuição dos materiais de saúde – são parte principal e indissociável para que essa distribuição seja eficiente, especialmente ao lidar com medicamentos, em que a validade, sazonalidade e condições especiais de temperatura devem ser levadas em consideração durante conservação e transporte. Foi com esses gargalos comuns ao setor em mente que o CLIF, um software especializado e multifuncional, foi criado e lançado.

O CLIF engloba funcionalidades de WMS (Warehouse Management System) e Supply Chain (gestão da cadeia de suprimentos), com algumas aplicações inéditas. Com a parametrização detalhada de cada medicamento, o CLIF gera o endereçamento inteligente após recebimento do produto e sua conferência via QR Code, ainda no armazém. Quando um pedido é solicitado para distribuição, o operador logístico recebe via celular as instruções com a localização exata do lote a ser coletado. O CLIF impede que o operador escolha um lote aleatoriamente – e ele só poderá prosseguir para a coleta de outro produto caso faça o escaneamento do QR Code correto, o que impede o envio de produtos que estejam em desacordo de validade e estocagem, por exemplo. Assim, o uso do software tem a capacidade de diminuir de 35% para 1% as perdas de produtos no armazém por conta de validade.

Nos hospitais onde o CLIF também é usado, ele gerencia o estoque dos materiais e medicamentos na enfermaria, indicando para quais pacientes devem ser destinados. Assim, cada paciente terá um histórico com informações detalhadas de quando, onde e através de quem recebeu o medicamento.

O software é hoje aplicado no gerenciamento, distribuição e alocação de medicamentos e materiais hospitalares de indústrias farmacêuticas de São Paulo, mas há espaço para expansão. “No processo de desenvolvimento notamos que existe uma lacuna muito grande entre os anseios dos empresários do ramo de transporte e logística e os softwares especializados para esses segmentos”, diz Fernando Vilela, presidente da Open Data, criadora do software. “O CLIF não é apenas um sistema de gestão de armazéns. É um software capaz de controlar toda a cadeia logística com total rastreabilidade dos produtos envolvidos“, explica.

O software, de criação totalmente nacional, é um dos poucos no país que contém as validações exigidas pela ANVISA e FDA de controle logístico. Em 2008 a Anvisa publicou o GAMP 5, que é o Guia de Boas Práticas de Manufatura Automatizada. Esse guia é a principal referência para validação de softwares que manipulam medicamentos. Em 2010, a Anvisa adotou as regras da FDA (Food and Drug Administration), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos nos Estados Unidos. Essas normas trouxeram maior segurança e rastreabilidade para o Brasil. A última atualização do CLIF veio agora, em 2020, com a parametrização das normas de armazenamento em câmaras frias e distribuição para os testes de COVID-19.

Além disso, com a gestão tecnológica, o sistema fornece sugestões de compras à empresa, pois utiliza métricas de CMM (consumo médio mensal), sazonalidade e demanda reprimida (produtos que deixaram de vender por falta de estoque), entre outras informações com seus mais de 1500 relatórios possíveis. Além da economia de gastos, o CLIF também gera um potencial competitivo para as empresas. No Brasil existem mais de 440 mil transportadoras, e as que possuem um software aprovado pela ANVISA e FDA saem em vantagem em concorrências e licitações onde a obediência à essas normas são obrigatórias.

“Evitando desperdícios e erros, aceleramos as entregas e prolongamos a vida útil dos medicamentos. As empresas gastam menos, e a população recebe o remédio mais rapidamente, sem faltas e atrasos. É um ganho duplo”, comenta Fernando.

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