São Paulo, maio de 2021 – O Dia das Mães, comemorado no segundo domingo do mês de maio, por mais uma vez, vai ser um pouco diferente devido ao isolamento social provocado pelo coronavírus, já que grandes reuniões familiares – comuns nesta data -, estão proibidas.
A biofarmacêutica Takeda convidou algumas das suas colaboradoras para contar sua história sobre como conciliam as atividades profissionais com a maternidade em tempos de pandemia, sem deixar de lado todos os outros papéis, como forma de homenagear todas as mulheres do País e reforçar a importância da Diversidade e Inclusão de Gênero na companhia.
Agatha, 42 anos, tem uma união homoafetiva, é mãe da Elis, de 10 anos, e está na Takeda desde 2012. Atualmente é gerente científica na área de Imunologia (doenças raras).
1.Como você concilia o trabalho com a maternidade?
O Dia das Mães aqui é especial e comemorado em dobro com as duas mamães. Em relação ao trabalho e à maternidade, a organização e a rotina são fundamentais.
Atualmente estou tentando reservar alguns pequenos horários ao longo do dia para ficar com a minha filha. Por exemplo, tento bloquear a minha agenda por 15 minutos no mesmo horário do recreio dela pra conversar, dar atenção, pra brincar de esconde-esconde ou fazer alguma coisa longe da tela. Criamos regras e horários em casa, montamos um escritório para o home office das mães, e arrumamos o quarto dela com cara de sala de aula, com quadro de atividades, agenda da semana, local pra material escolar etc… Organizamos melhor o horário de almoço, de dormir/ acordar para que a rotina fluísse mais facilmente. Ela também tem um quadro de “obrigações” que ela tem que cumprir e vai dando um “check” cada vez que cumpre alguma coisa. Quando ela completa o quadro, ela pode pedir alguma coisa especial, um presentinho, um delivery de comida diferente etc. Também tentamos restringir o tempo de tela (seja na TV ou no computador) e estamos permitindo que ela tenha cada vez mais autonomia nas suas atividades diárias.
Nós duas trabalhamos full time, em home office, então dividimos bem as tarefas domésticas e os cuidados com a Elis.
Cada dia uma faz o almoço, ajuda com a escola, banho e hora de dormir. Compartilhamos as agendas para ver horários de quem estará disponível para ficar com a Elis e ela vem aprendendo a respeitar nossas reuniões, além de estar cada vez mais autônoma com as coisas da escola.
2.Durante o período que estamos em isolamento social a sua carga de atividades diárias e emocional aumentaram? Como você tem lidado com isso?
As cargas de atividades diárias aumentaram bastante, tanto do trabalho quanto das atividades domésticas. Tínhamos uma pessoa que trabalhava em casa todos os dias e falamos para ela ficar em casa. Agora ela vem esporadicamente. Estamos isoladas em casa, e a Elis não frequentou a escola nenhum dia desde Março/2020. Não estamos encontrando amigos e familiares, a não ser pelos meus pais que estão em quarentena na nossa chácara no interior, o que alivia a carga emocional. Quando estamos lá, a Elis pode brincar e ter mais liberdade, respirar ar puro, ir na piscina etc. Acho que isso foi fundamental para a nossa saúde emocional. Agora, após um ano de pandemia, eu posso dizer que me adaptei a essa vida.
No início foi um desafio conciliar o trabalho remoto com as aulas online, além das atividades domésticas. Acredito que a carga de atividades aumentou, além do estresse emocional da responsabilidade de manter a família em segurança, com saúde (além de ajudar meus pais, que são idosos). Alguns dias parecem mais loucos que os outros, tenho que interromper uma reunião para explicar sobre o período neolítico, ou responder se casa se escreve com “z” ou com “s”, lavar roupa ou fazer almoço nos intervalos. As pessoas com quem trabalho já conhecem a carinha de sono da Elis de manhã quando vem dar bom dia, e existe uma tolerância com o barulho de crianças brincando ao fundo de uma reunião científica. Nunca me senti pressionada pela empresa a voltar ao trabalho presencial. Sinto que a Takeda tem sido transparente nas decisões se preocupando com a saúde dos colaboradores, o que me deu segurança e tranquilidade.
3.Você se sente apoiada pela gestão? Como?
Sinto que sempre respeitaram a minha vida pessoal, minhas atividades com a minha filha como idas ao médico, reuniões de escola, ajuda com as aulas online, lições de casa, etc. Não senti preconceito por parte dos gestores que tive até hoje.
Claudia, 34 anos, mãe de Pedro Henrique, 1 ano e 3 meses e está grávida de 20 semanas. Ela está na Takeda desde 2017 e é gerente de Remuneração e Benefícios – responsável pela área comercial.
Sobre a gestação atual
1. Como tem sido fazer a rotina de exames durante o período da pandemia?
Super tranquila, o plano de saúde oferecido pela Takeda me permite fazer os exames nos finais de semana em uma parte da clínica que é específica para gestantes. Assim consigo fazer todos os exames que preciso e ter meu esposo para me acompanhar sem problemas.
Sobre sua gestação anterior
2. Voltar de licença maternidade é uma etapa muito marcante e difícil pois é o momento em que a mulher inicia uma nota etapa da vida, conciliando a maternidade e a profissão. Como foi voltar de licença maternidade? Você conta com algum tipo de ajuda/apoio em casa?
O meu retorno da licença maternidade foi excelente. Voltei num ritmo mais calmo para poder me adaptar, mas ao mesmo tempo com o apoio de todos para me atualizar e conseguir retomar o trabalho o mais rápido possível. A sensação de retorno foi como se eu nunca tivesse saído. O trabalho é algo muito importante para mim e foi muito bom voltar a trabalhar em uma empresa que estava aguardando o meu retorno.
O valor de auxílio creche da Takeda é um valor considerável e por um longo período, com isso consegui contratar uma assistente para me ajudar em casa e cuidar do meu filho durante o horário de trabalho, considerando que no momento não podemos colocar as crianças na escola. Além disso, com a pandemia, meu esposo também está trabalhando em home office e dividimos os cuidados da casa e do nosso filho.
3.Como você concilia as horas de refeições e sono do bebê, além da casa, com as atividades profissionais?
Com o auxílio de uma babá, eu e meu esposo conseguimos nos organizar para cuidar das refeições e manter a casa organizada. Como na Takeda temos às sextas-feiras a jornada de trabalho reduzida, tenho tempo para me dedicar à casa e ao meu filho. Os horários são restritos, mas focamos em trabalhar durante a semana e após o horário de trabalho da assistente, eu e meu esposo nos revezamos quando precisamos participar de uma reunião ou de alguma atividade da empresa. Os horários do nosso filho são prioridade para nós, então temos uma rotina fixa em que eu, meu esposo e a assistente seguimos e nos revezamos para garantir que sejam mantidos. Não é fácil conciliar todos os horários e atividades que temos que fazer, mas a rotina ajuda muito a organizar.
4. Você segue com uma reunião online quando o bebê está chorando?
O bebê chora por diversos motivos. Se eu entender que o meu filho está chorando por dor ou algum acidente, eu não sigo com a reunião. No entanto, se ele estiver chorando por birra e/ou estiver bem, eu sigo com a reunião.
5. Quando algum compromisso profissional é marcado no horário da mamada, como você faz?
Eu me programei para desmamar meu filho antes do retorno ao trabalho. No início do meu retorno, as mamadas que tinha programado na rotina eram fora do horário do expediente. Caso eu tivesse que continuar trabalhando por algum motivo, eu parava para a mamada e depois retornava ao trabalho.
6. Existe apoio da gestão para a adequação de rotina?
Sim, nunca tive problema algum para adaptar a rotina do meu filho em relação ao trabalho. Claro, sempre procurando revezar com meu esposo quando necessário pois um filho requer não só a rotina, mas visitas ao médico e aplicação de vacinas que acabam tomando horários da nossa agenda diária.
Deborah, 42 anos, é mãe da Catharina, 7 anos, e está na Takeda desde maio de 2019. Atualmente ela é assistente executiva de Medical Affairs.
1.Durante a pandemia as mães tiveram que se adaptar com todas as atividades de casa e conciliar com o trabalho. Como é lidar com o trabalho e com a rotina de aulas online e lições de casa de uma criança em fase de alfabetização que precisa de acompanhamento durante as aulas e na realização das lições de casa?
Insano, e surpreendentemente possível. A tal da visão periférica que a teoria evolutiva prega ser uma habilidade tipicamente feminina ganhou um upgrade sem precedentes.
Passado um ano de isolamento social com o pacote aulas online, lição de casa e trabalho remoto, posso dizer que sobrevivi ao caos de 2020, e agora, cheia de calos, mas muito mais ligeira e menos fixada a padrões, reinventei minha jornada.
Hoje, não assumo mais como minha toda a responsabilidade pelas demandas da casa e da criança. Deleguei aquilo que não sou tão boa ou não posso fazer, restabeleci meus limites, e não dou mais bobeira com o tempo e recursos.
Em ordem prática, como ficamos isolados em nossa bolha familiar, sem sair à rua sequer para fazer mercado, adequei os espaços da minha casa, investi em alguns itens como upgrade de internet, computador, celular, mesinha e cadeirinha infantil. E para o acompanhamento das aulas online dividimos a responsabilidade entre pais e as duas avós, estabeleci regras e horários, acionei alarmes, calendários, contratei uma pedagoga particular para garantir o ajustamento da alfabetização e uma psicóloga para cuidar da cabeça.
2. Como você se divide entre as atividades do trabalho, a rotina de casa e as aulas online?
Uso toda flexibilidade de horário e recursos que posso, mas na maioria das vezes calha de termos compromissos de presença virtual simultâneos, daí é tecnologia e criatividade. Por exemplo, podemos brincar de “colegas de trabalho” lado a lado na mesma mesa, cada uma com seu computador e headphone, ou se for preciso distância, a monitoro pelo computador. Tenho um note com duas telas para as atividades da empresa e um computador particular ligado o dia todo ao lado, além do celular (meu e dela). Quando distante passo as instruções por mensagem de texto para ela ou para quem estiver ao lado dela.
3. Você se sente apoiada pela gestão? Como?
Sim, como o meu gestor é extremamente parceiro, justo e leve, tenho segurança e autonomia para priorizar as atividades no meu melhor tempo, adapto minha rotina sem prejuízo na qualidade e prazo da entrega. Creio que isso aconteça pois compactuo e vivo os valores da empresa, assim posso usar da criatividade para traças novos caminhos. O fato da empresa me oferecer os recursos que preciso para que tudo aconteça é também fundamental.
Aruane, 38 anos, é mãe da Aiyra de 21 anos e da Alice de 1 ano e 4 meses. Está na Takeda desde 2017 e é diretora executiva de Ética & Compliance. Foi promovida durante a licença maternidade.
1. Voltar de licença maternidade é uma etapa muito marcante e difícil pois é o momento em que a mulher inicia uma nova etapa da vida, conciliando a maternidade e a profissão. Como foi voltar de licença maternidade durante o período de afastamento social? Você conta com algum tipo de ajuda/apoio em casa?
Eu estava com muita vontade de voltar para o escritório após minha licença maternidade, pois tinha ficado um longo período em casa respeitando as orientações de evitar passeios em locais com aglomeração de pessoas para não expor o bebê a doenças. Além disso, durante a minha licença maternidade eu fui convidada para assumir a diretoria da área de Ética & Compliance na Takeda Brasil.
Quando o bebê completou três meses, a pandemia foi decretada, e apesar da Takeda ter respeitado o isolamento social desde março, eu acreditei que esta situação não se estenderia por tanto tempo e quando retornei para o trabalho em Junho, ainda estávamos trabalhando remotamente.
No final da gestação eu já contava com a ajuda de uma assistente em casa, e por conta de toda essa situação, ela passou a ser a babá da Alice. Além disso, contratei mais uma pessoa para nos dar suporte na organização da casa. A Aiyra, minha filha mais velha, também tem um papel importante nesta dinâmica, já que meu marido trabalha em uma atividade essencial e necessita atuar de forma presencial.
A dificuldade do retorno, mesmo remotamente, foi fisiológica devido à amamentação. Em muitas ocasiões, durante reuniões virtuais, o meu peito enchia de leite e quando ficam muito cheios e o bebê não mama, eles doem chegando até a vazar. Com essas situações, a amamentação deixou de ser prazerosa e quando a Alice completou nove meses e meio, discuti com a pediatra dela o processo de desmame e com isso, deixei de amamentar.
Eu tenho um espaço reservado para trabalhar em casa, um escritório, e mantenho a porta fechada. Se saio de onde estou e minha filha me encontra andando pela casa, eu não consigo voltar de imediato para minhas atividades. Então, monitoro a casa por meio de uma câmera e só saio quando vejo que ela está concentrada em alguma atividade.
2.Você segue com uma reunião online quando o bebê está chorando?
Manter concentrada nas atividades do trabalho quando a Alice está precisando de mim é muito difícil, mas quando ela precisa de mim devido a situações que fogem da rotina, vou atende-la. Me lembro de estar em uma reunião importante e de ter recebido uma mensagem de texto da babá da Alice dizendo que precisava de mim naquele momento. Eu avisei que precisava desconectar e fui, imediatamente, ver o que tinha acontecido. Minha filha tinha caído do carrinho e ferido a testa. Eu não voltei mais para a reunião e acolhi a minha filha por todo o tempo que ela precisou.
3.Existe apoio da gestão para a adequação de rotina?
Na Takeda, sempre me senti amparada desde o período da gestação. Me lembro que no dia 08 de março – Dia Internacional da Mulher e por isso a data ficou marcada na minha memória, a babá teve um problema pessoal e não foi trabalhar, apesar do meu marido e da minha filha mais velha estarem com a Alice, ela queria estar apenas comigo e chorava muito. As horas passavam e eu não conseguia começar o meu dia de trabalho.
Liguei para minha gestora, Renata Campos, presidente da Takeda, e disse que precisava de um day-off, pois a situação estava complicada e eu não conseguiria seguir nem trabalhando e nem dando a atenção devida para a Alice. Ela foi bastante compreensiva e me disse que estávamos todos vivendo um período de vida integrada ao trabalho, que esse tipo de situação poderia acontecer e que eu não precisava tirar um dia que seria destinado ao day-off (na Takeda temos direito a três dias além das férias durante o ano) por conta disso, e que eu poderia resolver o que fosse necessário para acomodar o meu dia da melhor forma possível.
4.Você acredita que a maternidade tenha tido algum tipo de impacto na sua vida profissional?
Eu não acredito que ser mãe de um bebê impacte na minha carreira, o impacto é na agilidade das entregas. Eu costumava zerar meus e-mails da caixa de entrada diariamente antes da chegada da Alice já hoje, nem sempre eu consigo fazer isso pois tenho dedicado a hora do jantar para estar com as minhas filhas. Viver esses momentos da maternidade são muito importantes para mim, me fazem refletir. Minha filha mais velha me trouxe força, garra. A mais nova o acalento, a calma.
5.Existe algum tipo de troca de informação sobre carreira, profissão entre vocês? Quais?
Sim, e isso é muito interessante. Desde quando a Aiyra estava no ensino médio discutíamos sobre o mundo corporativo, o perfil dos estudantes que estavam migrando no mercado de trabalho e a forte tendência na realização de trabalhos voluntários. Falávamos sobre o que isso representava para a vida pessoal desses estudantes, e dela também, e como isso era visto pela gestão tanto do ponto de vista social quanto do ponto de vista de trabalho em equipe, altruísmo etc.
Atualmente, minha filha mais velha está cursando o primeiro ano de medicina, e conversamos sobre as dinâmicas das aulas, como serão os médicos do futuro e a Educação Médica Continuada que é oferecida de forma tradicional em muitas instituições – e que ainda não temos essa resposta -, falamos também sobre a importância do profissional estar conectado ao paciente, ter a empatia que eu vejo como uma característica importante para um médico, entre outras temáticas.
6.Você gostaria de deixar uma mensagem de encerramento?
A experiência que estamos vivendo hoje por conta da pandemia tem um lado muito triste, mas mesmo nas situações ruins precisamos tirar uma boa lição. A minha é que esse momento me proporcionou a oportunidade de estabelecer uma conexão maior com minhas filhas. Ficamos próximas durante o dia, cada uma tem as suas atividades, mas estamos cada vez mais unidas e conectadas.