quinta-feira , 25 abril 2024
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Gripe e Covid-19: Epidemiologista esclarece dúvidas sobre as vacinas
José Geraldo Ribeiro

Gripe e Covid-19: Epidemiologista esclarece dúvidas sobre as vacinas

Neste ano, a rede privada antecipou a campanha de vacina contra a gripe, que só começará na rede pública no próximo dia 12 de abril. A vacinação, dessa vez, iniciará com as crianças, uma vez que os adultos estão recebendo a vacina da Covid-19. Ainda há muita fake news sobre vacinas. As pessoas ainda têm dúvidas sobre a vacina da gripe e da Covid. Por isso, o Hermes Pardini disponibiliza seu epidemiologista, José Geraldo Ribeiro, para esclarecer as principais dúvidas da população.

  1. Quais são os sinais e sintomas de gripe?

Os sintomas da gripe incluem febre, tosse, dor de garganta, dores corpo, dor de cabeça, calafrios e fadiga. A gripe pode agravar condições médicas subjacentes ou crônicas. Também pode complicar com pneumonia pelo próprio vírus influenza ou por infecção secundária por bactérias, principalmente o pneumococo. 

  1. Como a gripe é transmitida?

De pessoa para pessoa, através da tosse ou espirro de pessoas contaminadas e também ao contato com objetos que estejam contaminados pelo vírus e, em seguida, levando as mãos à boca, olhos ou nariz.

Os vírus influenza podem circular durante todo o ano, mas a maioria dos surtos ocorrem durante o outono e inverno. 

  1. Qual é o período de transmissão?

Pessoas infectadas podem ser capazes de infectar outras pessoas um dia antes de desenvolver sintomas e até 7 dias ou mais depois de ficar doente. Isso significa que a pessoa pode ser capaz de transmitir a gripe a alguém antes de saber que está doente. 

  1. Qual a diferença entre a gripe suína (ou H1N1) da gripe sazonal?

Gripe suína foi assim popularmente chamada quando surgiu, em 2009, casos de gripe causados por uma variante genética nova de vírus H1N1, formada a partir da combinação de vírus humano e suíno. Na ocasião, causou muita preocupação, pois havia enorme risco de se repetir uma pandemia com alta letalidade, como ocorreu com a gripe espanhola, por tratar-se de um vírus influenza novo, com comportamento um pouco diferente dos vírus sazonais, atingindo de forma grave pessoas jovens, o que não é normalmente esperado. Este vírus H1N1 continua circulando até hoje e podemos dizer que, atualmente, deve ser encarado como mais um vírus sazonal. 

  1. Quanto tempo uma pessoa infectada pode transmitir gripe?

As pessoas com a infecção pelo vírus influenza devem ser consideradas potencialmente contagiosas desde o início dos sintomas até 7 dias após o surgimento dos sintomas. As crianças especialmente podem ser potencialmente transmissoras durante períodos mais longos (por 10 dias ou mais do início do quadro). 

  1. Por que a vacina de gripe muda de um ano para outro?

Porque os vírus influenza, que causam a gripe, sofrem mutações com muita facilidade, e isso leva à necessidade de alterar a composição da vacina. Essa reformulação é feita a partir das análises de uma rede internacional de vigilância que realiza a coleta de vírus ao redor do mundo para a identificação destas variantes, de acordo com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

  1. Preciso vacinar todos os anos?

Sim. E essa recomendação vale tanto para as crianças, como os adultos, por conta da queda no nível dos anticorpos estimulados pela vacinação do ano anterior e da mutação do vírus influenza. 

  1. Por que menores de 6 meses não devem ser vacinados?

Porque ainda não existem estudos clínicos determinando a eficácia, a capacidade de produção de imunidade e a segurança (risco de reações adversas) da vacina nesta faixa etária. 

  1. Qual a importância de vacinar a criança?

Crianças em idade escolar têm alta taxa de infecção (entre 15 a 40%). Elas adquirem e transmitem o vírus com mais frequência e por mais tempo, tendo um papel crucial na disseminação da gripe na família e na comunidade onde vivem. Têm também um risco maior (sobretudo as menores de dois anos) de complicações como pneumonia, otite média, chiados, bronquiolite; de acometimento muscular e de manifestações do Sistema Nervoso Central, o que leva a uma alta taxa de hospitalização. Tudo isso resulta em custos consideráveis: consultas médicas, medicações, falta dos pais ao trabalho para cuidar da criança doente etc.

  1. Quando a vacina deve ser aplicada? Por quê?

O ideal é vacinar antes da temporada da gripe (o que geralmente ocorre no inverno), tão logo a vacina esteja disponível – normalmente no outono (entre março e maio). Os níveis satisfatórios de anticorpos protetores da gripe são atingidos em até duas semanas após a aplicação da vacina.

  1. A vacina também protege do resfriado?

Não. Ela imuniza apenas contra a gripe causada pelo vírus influenza. O resfriado é causado por outros tipos de vírus, como o adenovírus, o rinovírus, o vírus respiratório sincicial e o parainfluenza. 

  1. A vacina provoca alguma reação?

As reações adversas são pouco comuns. Quando ocorrem, desaparecem rapidamente e são geralmente leves e locais (eritema, endurecimento e dor no lugar da aplicação). Também pode ocorrer febre baixa, mialgia (dor muscular) e mal-estar, de 6 a 12 horas após a aplicação. Esses sintomas duram menos de dois dias, mas a proteção gerada pela vacina dura mais de oito meses. 

  1. Quais as cepas utilizadas na produção da vacina?

Para a vacina tetravalente (que protege de quatro tipos de vírus influenza):

A/Victoria/2570/2019, IVR-215 (H1N1)

A/Hong Kong/2671/2019, IVR-208 (H3N2)

B/Washington/02/2019, tipo selvagem

B/Phuket/3073/2013, tipo selvagem 

  1. Crianças que receberam duas doses da vacina trivalente em anos anteriores, este ano deverão receber duas doses da tetravalente?

Não é necessário. Vale a regra: crianças que receberam duas doses na primeira vacinação devem receber somente uma dose em anos posteriores. 

  1. Em uma mesma temporada, é possível receber uma dose da vacina trivalente e outra da tetravalente para ampliar a proteção?

Sim. Mesmo em relação às crianças, embora não haja estudos com aplicação de três doses de vacina influenza numa mesma temporada, não é provável haver problemas relacionados à segurança deste esquema. 

  1. Qual é o esquema de doses?

Crianças com idade entre 6 meses até 8 anos 11 meses e 29 dias, não vacinadas anteriormente, devem receber duas doses, com intervalo de um mês. Nos anos subsequentes, a indicação é de apenas uma dose anual. Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos: uma dose anual. 

  1. Qual a duração da proteção?

A imunidade é geralmente obtida em duas a três semanas após a vacinação e dura de seis a doze meses. 

  1. Qual o intervalo da vacina de gripe com a vacina de Covid-19?

O intervalo entre elas deverá ser de, no mínimo, 14 dias. 

  1. Pode tomar a vacina de gripe juntamente com a vacina de Covid-19?

Não. O intervalo entre elas deverá ser de, no mínimo, 14 dias. 

  1. A vacina pneumocócica 13 valente pode contribuir para melhoria da sua saúde?

Sim. A pneumonia é a principal complicação da gripe. Os maiores de 55 anos fazem parte do grupo de risco aumentado para as complicações e óbitos por influenza. É recomendada pela SBIM (Sociedade Brasileira de Imunização) para maiores de 60 anos. Pacientes entre 6 e 59 anos poderão ser vacinados mediante prescrição ou orientação médica.

  1. Quem está com COVID, pode administrar a vacina da gripe?

Não. O indivíduo deverá aguardar o intervalo de 30 dias após o início dos sintomas e no dia da aplicação da vacina de gripe, deverá estar assintomático. 

  1. Quanto tempo depois que testei positivo posso administrar a vacina da gripe?

O indivíduo deverá aguardar 30 dias após o início dos sintomas e no dia da aplicação da vacina de gripe, deverá estar assintomático. 

  1. Se você já iniciou o esquema da vacina de COVID, posso administrar com intervalo de 14 dias ou terminar o esquema (2 doses) para depois tomar a vacina da gripe?

VACINA CORONAVAC/SINOVAC/BUTANTAN

Deverá terminar o esquema da vacina de COVID e aguardar 14 dias para fazer a vacina de GRIPE tetravalente ou trivalente.

VACINA ASTRAZENECA/OXFORD

O esquema vacinal são duas doses com intervalo de 3 meses entre as doses.

Por se tratar de um intervalo maior entre as doses, o cliente poderá receber a vacina de GRIPE tetravalente ou trivalente num intervalo de 14 dias após ter recebido a 1° dose de ASTRAZENECA e a aguardar o intervalo mínimo de 14 dias para receber a 2°dose da ASTRAZENECA.

José Geraldo Ribeiro, epidemiologista e assessor de vacinas do Hermes Pardini

Fonte: Assessoria de Imprensa

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