* Por Fernando Wenceslau
Gerenciar o sortimento de medicamentos prescritos no varejo é uma tarefa desafiadora, com características únicas que superam as dificuldades enfrentadas por outros segmentos. A categoria de “medicamentos prescritos” inclui uma combinação de produtos com alta e baixa rotatividade, muitos dos quais possuem datas de validade, exigem controle de temperatura e estão sujeitos a regulamentações rigorosas que variam de país para país. Além disso, à medida que as farmácias adotam a omnicanalidade, novas camadas de complexidade são adicionadas à gestão de estoque.
Os clientes precisam confiar que sua farmácia terá os medicamentos de que necessitam sempre disponíveis. A falta de um item pode resultar em perda de vendas e impacto negativo na lealdade do cliente. Assim, o grande desafio é determinar quais produtos devem estar sempre disponíveis e em quais locais – loja física, centro de distribuição ou armazém – e quais podem ser encomendados sob demanda.
Isso requer um equilíbrio delicado entre manter a disponibilidade e evitar o excesso de estoque. Medicamentos de alta rotatividade, como aqueles para controle da pressão arterial, são relativamente simples de serem estocados, devido à alta demanda e baixo risco de desperdício. No entanto, os medicamentos de baixa rotatividade apresentam um desafio maior, exigindo previsões de demanda precisas para evitar ruptura ou excesso de produtos parados e/ou vencidos.
Para auxiliar nessas demandas complexas, as farmácias já podem contar com sistemas de planejamento que utilizam tecnologia de ponta como a IA para automatizar o reabastecimento de medicamentos. Com a ajuda desses sistemas são possíveis ajustes personalizados para cada grupo de medicamentos bem como considerar variações regionais, mudanças nas regulamentações e a introdução de novos produtos no mercado.
Além de garantir a disponibilidade, as farmácias também enfrentam o desafio de gerenciar substituições de medicamentos. Quando um medicamento de marca não está disponível, o farmacêutico pode substituí-lo por um genérico equivalente ou por um medicamento de outro fabricante. Esses ajustes, embora necessários, podem complicar a gestão de estoque se não forem bem administrados.
A alta disponibilidade de medicamentos genéricos exige que as farmácias façam pedidos criteriosos, considerando fatores como preço e regulamentações locais. Em muitos casos, um genérico produzido por um fabricante específico pode ser designado como “preferido” por agências governamentais ou seguradoras, resultando em subsídios ou descontos, tanto para a farmácia quanto para o cliente.
Para garantir uma transição suave entre diferentes fornecedores ou produtos preferenciais, é essencial que o sistema de gestão de estoque automatize a transferência de demanda de um medicamento para outro, com base em dados históricos de vendas e regras predefinidas.
Em um setor onde a confiança e a satisfação do cliente são fundamentais, contar com um sistema de gestão de estoque avançado que automatize o reabastecimento e a substituição, permitindo ajustes locais, é um diferencial competitivo crucial. Ao usar tecnologia inteligente para equilibrar disponibilidade e capacidade, as farmácias conseguem atender às necessidades de seus clientes de maneira eficiente, evitando perdas financeiras causadas por excesso ou falta de estoque.
Com um sistema bem estruturado, as farmácias podem focar em oferecer um serviço de qualidade, garantindo que seus clientes sempre encontrem os medicamentos de que precisam, quando precisam, consolidando a preferência de seus clientes e sua competitividade no mercado.
(*) Fernando Wenceslau é Diretor de Vendas as RELEX Solutions, multinacional líder em soluções unificadas de cadeia de suprimentos e planejamento de varejo.