Por Rubens de Fraga Júnior*
Apesar de um início lento, atormentado por muita controvérsia, a campanha de vacinação contra o coronavírus no Brasil é agora uma das mais rápidas e de maior alcance do mundo.
Embora ostentando um sistema de vacinação de renome mundial, o país de 213 milhões de habitantes só começou a inocular o imunizante em janeiro de 2021, várias semanas depois dos Estados Unidos, de muitos países europeus e outros da América do Sul.
Mas o país com o segundo maior número de mortes de covid-19 do mundo – mais de 588.000 mortes relatadas até o momento – viu sua taxa de vacinação contra a doença aumentar e sua taxa de mortalidade cair quando vacinas importadas começaram a chegar e a produção local começou.
Nos últimos três meses, o número de brasileiros com pelo menos um dose de vacina quase triplicou para cobrir 67,6% da população – um pouco mais do que nos Estados Unidos com 63,4% e na Argentina com 63,8%, de acordo com uma contagem da AFP.
O número de vacinados completos é muito menor, de 36% – mas o suficiente para colocar o Brasil em terceiro lugar entre os dez países mais populosos do mundo.
Com o fornecimento da vacina incerto no início, o Brasil decidiu se concentrar em dar uma primeira dose para o maior número possível de pessoas, e optou por um longo intervalo entre a primeira e a segunda dose.
‘Pequena gripe’
Os problemas de logística de entrega foram em grande parte resolvidos por tentativa e erro, e as preocupações com o fornecimento são coisa do passado, com o Brasil agora produzindo suas próprias vacinas, como AstraZeneca e Sinovac sob licença.
“A aceleração foi observada de maio a junho, com a chegada e um fornecimento muito mais consistente de vacinas”, disse José David Urbaez, da Sociedade Brasileira de Infectologia, à AFP.
Como resultado, de mais de 2.000 mortes diárias em junho, agora são menos de 600 por dia.
Hoje, o Brasil é o país em quarta posição mundial de primeira dose administradas – um total de 214 milhões – depois da China, Índia e Estados Unidos.
Cerca de 1,5 milhão de doses administradas, em média por dia na semana passada, e começou a dar injeções em adolescentes e doses de reforço em pessoas vulneráveis.
Um problema que o país não tem é o ceticismo em relação à vacina: mais de 90% dos brasileiros disseram às pesquisas que querem a vacina.
*Rubens de Fraga Júnior é professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.
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